terça-feira, 25 de novembro de 2025

CANCÃO PIANDO: PRESIDENTE LULA VÊ NESTE FINAL DE ANO O MAL ESTAR ENTRE O GOVERNO E OS PRESIDENTES DA CÂMARA E DO SENADO

Crise política trava Congresso e pressiona governo na reta final

Com oposição mobilizada e líderes insatisfeitos, Lula tenta recompor alianças para salvar sua agenda na reta final de 2025

A reta final de 2025 impõe ao governo Lula um dos períodos mais tensos do mandato. Com o Congresso fragmentado, presidentes das duas Casas insatisfeitos, uma pauta legislativa carregada e o recesso parlamentar batendo à porta em 23 de dezembro, o Planalto tenta evitar derrotas fiscais bilionárias enquanto administra a crise aberta pela prisão preventiva de Jair Bolsonaro. A decisão do ministro Alexandre de Moraes, no sábado (22), inflamou a oposição e provocou reações de aliados, tornando mais incerto o ambiente político em Brasília. Agora, qualquer erro de cálculo pode comprometer projetos estruturantes do governo e abrir espaço para que a crise avance para 2026.

A oposição ainda se articula para explorar o episódio eleitoralmente e votar a anistia para os condenados por tentativa de golpe de Estado, a exemplo do ex-presidente. A tendência é que a base bolsonarista passe a operar sob lógica de "obstrução total". Enquanto isso, setores do centro veem oportunidade para renegociar posições com o Planalto.

Reconstrução de pontes

Nesse cenário, o governo precisará reconstruir pontes com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Hugo se incomodou com a reação do PT e do próprio presidente Lula à aprovação do texto do PL Antifacção, relatado por Guilherme Derrite (PP-SP).

Depois de Lula afirmar que a proposta enfraquece o combate ao crime organizado, o deputado respondeu: "É muito grave que se tente distorcer os efeitos de um marco legal do combate ao crime organizado". Segundo ele, as críticas feitas pelo governo ao texto não se sustentam. Nessa segunda-feira (24), o presidente da Câmara anunciou que rompeu com o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), pelos ataques dirigidos pelo petista contra ele.

No Senado, Alcolumbre sentiu-se desconsiderado na indicação de Jorge Messias ao STF. Defensor do nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para o cargo, o presidente do Senado esperava ser comunicado pessoalmente por Lula, mas soube da decisão apenas após a oficialização. Parlamentares afirmam que o gesto foi interpretado como quebra de confiança, especialmente porque Alcolumbre vinha atuando como amortecedor político para o governo no Congresso, segundo pautas aprovadas na Câmara que contrariavam o Palácio do Planalto. O senador avisou a aliados que rompeu relações com o líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA).

O presidente Lula convidou os presidentes da Câmara e do Senado para a sanção da lei que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil. Na cerimônia, marcada para quarta-feira (26), o petista pretende compartilhar os louros da medida com Hugo e Alcolumbre, reconhecendo a importância dos dois para o andamento da proposta no Congresso, uma forma também de tentar distensionar o clima.

Fonte: Congresso em Foco



Nenhum comentário: