quarta-feira, 3 de setembro de 2025

ALÉM DE DOIDO CORAJOSO: NICOLÁS MADURO DIZ QUE SE OS ESTADOS UNIDOS ATACAREM A VENEZUELA A LUTA ARMADA SERÁ INSTALADA CONTRA OS AMERICANOS

Maduro faz ameaça aos EUA: “Se a Venezuela for agredida, passará à luta armada”

O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, denunciou nesta segunda-feira, em encontro com a imprensa internacional em Caracas, a presença de oito navios militares dos Estados Unidos, equipados com 1.200 mísseis e acompanhados por um submarino nuclear, nas proximidades das águas territoriais venezuelanas. Segundo Maduro, esse contingente representa “a maior ameaça que se viu em nosso continente nos últimos 100 anos” e classificou a situação como “uma ameaça extravagante, injustificável, imoral e absolutamente criminosa”, comparável à crise de Cuba em 1962.

O governo dos Estados Unidos anunciou recentemente o envio de navios de guerra e cerca de 4 mil militares para o Caribe sul, com o objetivo declarado de realizar manobras de combate ao narcotráfico. Após aumentar para 50 milhões de dólares a recompensa por informações que levem à captura de Maduro, sob acusações de supostos vínculos com cartéis de drogas, a administração do presidente Donald Trump ordenou o deslocamento militar em águas internacionais, voltado para atacar organizações dedicadas ao tráfico de entorpecentes.

Maduro afirmou que “eles quiseram avançar para o que chamam de máxima pressão, neste caso militar, e diante da máxima pressão militar, nós declaramos a máxima preparação para a defesa da Venezuela”. O presidente indicou que ordenou a ativação de 4,5 milhões de milicianos e o alistamento militar de venezuelanos da reserva. Reiterou: “Se a Venezuela for agredida, passará imediatamente ao período de luta armada em defesa do território nacional, da história e do povo venezuelano”.

Ao se referir ao argumento dos EUA sobre o combate ao narcotráfico, Maduro acusou Washington de criar “uma narrativa bem, mas bem absurda” e defendeu o “histórico” do país na luta contra o comércio ilegal de drogas. Classificou a operação militar americana como um “desastre” e afirmou que a pressão exercida “só é comparável, em seu momento, à crise” de 1962, quando a União Soviética tentou instalar mísseis nucleares em Cuba.

O ditador também abordou a situação das relações diplomáticas entre Caracas e Washington, suspensas desde 2019. Ele detalhou que a Venezuela mantinha dois canais de comunicação com o governo norte-americano, por meio de John McNamara, encarregado de Negócios interino da Embaixada dos EUA na Venezuela, e Richard Grenell, enviado especial do presidente Trump; contudo, assegurou que esses mecanismos estão atualmente “quebrados” e “danificados” devido ao deslocamento militar. “A diplomacia das canhoneiras é uma diplomacia errática, equivocada, que foi imposta ao presidente Donald Trump”, afirmou Maduro.

Em suas declarações, Maduro alertou Trump sobre tentativas de “manchar suas mãos de sangue, com sangue sul-americano, caribenho, com sangue venezuelano”, mencionando diretamente o secretário de Estado, Marco Rubio, por suas críticas constantes ao governo venezuelano. O ditador concluiu que “buscam uma mudança de regime por meio da ameaça militar” e reafirmou a intenção da Venezuela de recuperar e repatriar seus migrantes, incluindo os deportados pelos Estados Unidos.

O deslocamento militar dos EUA no Caribe e a escalada na retórica entre os dois governos marcam um novo ponto de tensão na relação bilateral e no contexto geopolítico da região.

Fonte: AFP e EFE



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