sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

COMO DIZ DAGÔ, "ESSA É BOA"


FALTA DE MACONHA CAUSA LONGAS FILAS NO CANADÁ E NUTRE MERCADO ILEGAL

Sem produção suficiente, lojas de maconha fecham três dias por semana.

Há dois meses, uma loja de fachada discreta apresenta movimento especialmente intenso mesmo diante do frenesi da principal rua comercial de Montreal, no Canadá. Do lado de dentro, acessível apenas para maiores de 18 anos mediante apresentação de documento, prateleiras vazias são sinais do sucesso.

“Eu gostaria de um pouco de sativa, por favor”, pede um cliente no balcão. “Está esgotada. Sinto muito. Temos apenas um pouco de índica”, responde o jovem vendedor. A expressão do cliente é de desapontamento, mas ele não terá dificuldade em encontrar o que procura em outro lugar. 


Desde 17 de outubro é possível comprar maconha legalmente no Canadá. Para fins medicinais, sua produção e comércio são permitidas desde 2001 no país. Mas, a despeito da novidade, o mercado ilegal de Montreal segue seu curso, movido principalmente a vendas online e entregas em domicílio.

A designer brasileira Jessica Maciel, 26, vive há quatro anos em Montreal e percebeu uma mudança na cidade nos últimos dois meses. “Aqui virou uma espécie de Amsterdã, que as pessoas visitam para fumar maconha. Antes de outubro, Montreal tinha seis atrações turísticas. Agora, tem sete”, brinca.

Com isso, hoje existe até a oferta de passeios turísticos por pontos da cidade onde é possível fumar —mesmo sem origem comprovada.

FOLHA DE SÃO PAULO


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