sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

CIENTISTAS ESPERAVAM PARA O CLIMA DA TERRA UM CAOS CLIMÁTICO COM ERUPÇÕES VULCÂNICAS DEVASTADORAS

Cientistas alertam para erupção vulcânica que pode causar catástrofe global

A Terra enfrenta uma probabilidade de uma em seis de sofrer uma erupção vulcânica massiva neste século, alertam cientistas, destacando que “a humanidade não tem um plano para lidar com isso”.

De acordo com o professor de clima Dr. Markus Stoffel, um evento como esse poderia desencadear um “caos climático” semelhante à erupção de 1815 do Monte Tambora, na Indonésia. Essa erupção liberou 24 milhas cúbicas de gases, poeira e rochas na atmosfera, fazendo com que as temperaturas globais caíssem drasticamente. A falha nas colheitas, a fome, o aumento de doenças e a morte de dezenas de milhares de pessoas foram alguns dos trágicos resultados.

Ao contrário do “Ano Sem Verão” que se seguiu à erupção de Tambora, uma megaerupção no século XXI agravaria ainda mais as perturbações causadas pela dependência humana de combustíveis fósseis. “Os efeitos podem ser ainda piores do que em 1815”, explicou o geólogo Dr. Michael Rampino. “O mundo está mais instável agora.”

Curiosamente, os gases de efeito estufa liberados ao longo do último século podem tornar o pós-erupção ainda mais frio. A pesquisa do vulcanologista Dr. Thomas Aubry sugere que uma atmosfera mais quente e turbulenta espalharia o gás dióxido de enxofre — e os aerossóis de sulfato resultantes — mais rapidamente, intensificando o efeito de resfriamento.

Esses compostos refletivos de luz solar seriam mais eficazes ao reduzir suas chances de se aglomerar. “Há um ponto ideal no tamanho dessas partículas microscópicas e brilhantes”, afirmou a cientista atmosférica da Universidade de Cambridge, Dr. Anja Schmidt. “Um tamanho perfeito, onde elas são muito eficientes em dispersar a luz solar de volta.”

De acordo com um estudo de 2021, o futuro aquecido da atmosfera pode remover até 30% mais energia solar em cenários de “aquecimento global”, amplificando o resfriamento da superfície em até 15%.

Contudo, ainda existem incertezas preocupantes. “Estamos apenas no começo de entender o que pode acontecer”, disse Dr. Stoffel. A falta de dados confiáveis sobre vulcões antigos dificulta a criação de modelos precisos para estimar seu impacto. Para contornar isso, cientistas do clima e geólogos recorrem a dados atmosféricos congelados no tempo em núcleos de gelo e anéis de árvores.

Esses registros indicam que várias erupções vulcânicas nos últimos milênios causaram um resfriamento temporário do planeta de cerca de 1 a 1,5 graus Celsius. A erupção épica de Tambora, por exemplo, fez a temperatura média global cair cerca de 1 grau Celsius. Já a erupção do Samalas, em 1257, provavelmente ajudou a desencadear a “Pequena Idade do Gelo”, que durou séculos.

A explosão do Monte Pinatubo, nas Filipinas, em 1991, resfriou a Terra em cerca de 0,5 graus Celsius, com base em dados modernos de satélite que registraram a quantidade de dióxido de enxofre liberada.

Apesar do avanço da tecnologia, os cientistas ainda não podem prever qual vulcão entrará em erupção e quando. “Qual será o próximo e quando?”, questiona Dr. Stoffel. “Isso ainda é impossível de prever.”

A esperança do pesquisador é que estudos sobre cenários de piores casos possam ajudar o público e os formuladores de políticas a se prepararem melhor, com planos de evacuação e ajuda alimentar em caso de falhas globais nas colheitas.

Uma erupção vulcânica no século XXI teria um impacto muito maior em um mundo mais populoso e interconectado, onde as perturbações poderiam se espalhar de forma letal e inesperada. O aquecimento global também pode alterar o comportamento dos próprios vulcões, como destacou o Dr. Aubry. O derretimento de geleiras sobre depósitos subterrâneos de magma pode liberar a pressão que mantém esses vulcões adormecidos. Além disso, chuvas mais extremas, agravadas pelas mudanças climáticas, podem provocar explosões semelhantes a “bombas de vapor” quando a umidade infiltra as fendas perto de vulcões ativos e dormentes.

"Estamos mapeando os vulcões mais sensíveis às mudanças climáticas”, afirmou o Dr. Aubry. Estudos de 2022 indicam que cerca de 716 vulcões em todo o mundo, ou 58% dos conhecidos como ativos, podem ser desencadeados por chuvas mais intensas, aumentando as chances de uma mini-Idade do Gelo.

“Portanto, podemos esperar potencialmente mais erupções”, concluiu o Dr. Aubry.

Fonte: Olhar Digital


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