sexta-feira, 25 de outubro de 2024

CENA INUSITADA EM AUDIÊNCIA VIRTUAL: RÉU EM PROCESSO TRABALHISTA SE ESCONDE EMBAIXO DE MESA

Advogado tenta enganar juiz em audiência virtual e é flagrado com cliente embaixo da mesa

Uma audiência virtual na 18ª Vara do Trabalho de Curitiba foi marcada por um episódio inusitado nesta quinta-feira (24), quando o réu de um processo trabalhista, identificado como Ricardo, se escondeu debaixo de uma mesa durante a sessão. O juiz Thiago Mira de Assumpção Rosado, responsável pela condução da audiência, desconfiou que o réu estivesse na mesma sala que seu advogado, Robison de Almeida Albuquerque Maranhão, o que não é permitido pelo Código de Processo Civil.

A desconfiança do magistrado surgiu após ele notar semelhanças nas imagens captadas pela câmera do advogado e do réu. Quando solicitado a mostrar o ambiente por completo, o advogado relutou em exibir toda a sala. Ao insistir na solicitação, o juiz presenciou, através da câmera de Ricardo, o momento em que o réu tentou se esconder debaixo do móvel.

Indignado com a situação, o juiz questionou o advogado: “Por que o Ricardo entrou debaixo da mesa, doutor? Poxa, vocês estão de brincadeira com o juiz aqui. Só pode ser piada mesmo.” O magistrado considerou o episódio uma “palhaçada” e afirmou que iria acionar a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para apurar a conduta do defensor.

Segundo as regras do artigo 385 do Código de Processo Civil, o réu não poderia estar no mesmo ambiente que seu advogado durante o depoimento da outra parte, para evitar interferências. A possibilidade de Ricardo ter escutado o depoimento da autora da ação contraria a legislação vigente.

A audiência foi suspensa e será reagendada para uma nova data, desta vez de forma presencial. O Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-9) emitiu uma nota, informando que o comportamento do advogado será formalmente comunicado à OAB para investigação. “O advogado tentou ludibriar o magistrado e a Justiça do Trabalho do Paraná”, declarou a Corte.

Robison Maranhão, por sua vez, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que o juiz estava ciente desde o início da sessão que ele e seu cliente estavam no mesmo ambiente, e que não houve advertência inicial sobre a necessidade de separação durante as oitivas.

O caso envolve uma ação trabalhista na qual a autora busca o reconhecimento de vínculo empregatício e diferenças de comissão devidas por Ricardo, o réu.

Fonte: Gazeta Brasil


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