Mulheres já são maioria em 19 especialidades médicas no país
O número de mulheres médicas será maior do que o de homens pela primeira vez no Brasil, em 2024. É o que diz a sexta edição da Demografia Médica no Brasil 2023, levantamento feito pela Associação Médica Brasileira (AMB) em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). O documento afirma ainda que até 2035, o Brasil terá mais de 1 milhão de médicos e que em apenas um ano, as mulheres serão a maioria entre os médicos do País. Pediatria, imunologia, endocrinologia e dermatologia são as especialidades mais femininas na atualidade.
Segundo a demografia médica, o aumento do número de mulheres na profissão já era observado desde 2009 entre os recém-graduados, mas no total da profissão, 59,5% eram homens e 40,5% mulheres. Em 2022, a proporção aumentou para 51,4% de médicos e 48,6% de médicas. Para 2024 a projeção é de que 50,2% do total de médicos no país sejam mulheres. Elas já predominam em 19 especialidades contra 36 dos homens.
A maioria das mulheres em colaboração na saúde pode ser observada no Rio Grande do Norte. Na Unimed Natal, por exemplo, as mulheres representam 67% dos colaboradores, isso significa que mais da metade da cooperativa é composta pelo público feminino. São elas que fazem o dia a dia, parte da gestão e dos atendimentos do local. Além disso, são mais de 670 médicas associadas em diversas especialidades. As mulheres também ocupam cargos centrais na cooperativa.
Mulheres em cargo de liderança na Unimed Natal são maioria: Supervisoras: 68,42% são mulheres;
Coordenadoras: 50%; Gerentes: 42,11%; Assessoras: 100% e
Superintendentes: 50%.
A participação feminina é reflexo de uma política de valorização e inclusão guiada pela cooperativa, segundo a presidente do Conselho de Administração da Unimed, Doutora Karla Emerenciano, 51. “Quem não trouxer para perto essa pauta da diversidade e da valorização da mulher vai estar perdendo espaço nesse momento em que a gente está vivendo”, diz.
Emerenciano, hoje faz parte não apenas da parcela de mulheres médicas atuantes no Brasil, bem como de uma parcela um tanto menor, mas significativa: a de liderança. De acordo com levantamento da Women in Business 2022, 38% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres no Brasil. “Precisamos, juntas, quebrar esse teto de vidro”, diz.
A sua jornada começou antes, quando se apaixonou pela medicina e em seguida se especializou em oncologia, durante um estágio na Liga Contra o Câncer. Ela diz que viveu os dois lados da história quando a mãe foi diagnosticada com câncer, no mesmo período. “Com certeza, de certa maneira, fui tocada por esta circunstância”, afirma. Desde então, tem se aprofundado na área de gestão, mas até filosofia estudou em uma de suas pós-graduações.
“Vejo o meu papel com muita responsabilidade, por isso logo ao assumi-lo fiz um curso de conselheiros de administração no Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, referência nessa área no Brasil e busco zelar pelos pilares da governança”, comenta. Um desses pilares é a equidade, que engloba também a equidade de gênero nas oportunidades dentro da cooperativa.
Fonte: Tribuna do Norte
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