Por R$ 17,5 milhões, casa no litoral norte pode se tornar maior venda do RN
Imóvel que fica na praia de Jacumã, litoral norte, e pertence à “Baronesa do Pantanal” está à venda e a ponto de se tornar maior negócio para casas de praia no estado
Com a época de veraneio, o mercado imobiliário costuma ficar mais aquecido, principalmente considerando os aluguéis de temporada. No entanto, uma mansão no litoral norte do estado pode mudar o patamar do segmento no RN. A casa em questão fica à beira-mar, na praia de Jacumã, em Ceará-Mirim, na Grande Natal. Anunciada no site de uma grande imobiliária de São Paulo, o imóvel de 18 quartos e 38 banheiros tem preço de R$ 17,5 milhões. E se a venda for concretizada, pode ser considerado o maior negócio do ramo de casas de praia em toda a história do Rio Grande do Norte.
A propriedade pertence a Franca Giordanetti de Souza Firmo, uma das maiores criadoras de gado do Mato Grosso, que recebeu dos amigos o apelido de “Baronesa do Pantanal”. Na descrição do anúncio, algumas informações a mais do imóvel: a área total do terreno é de 3.168 m², sendo 1.120 m² construídos. Dos 18 dormitórios, nove são apartamentos simples com banheiros, seis são suítes executivas e duas suítes masters com closet, além de uma suíte nível presidencial com closet e apartamento de apoio para funcionário. Todos devidamente climatizados. Além disso, o imóvel também possui garagem com capacidade para 15 veículos e acesso direto para a praia.
O preço, entretanto, estaria fora da realidade para o mercado potiguar, segundo Michelle Lordão, que tem expertise no segmento imobiliário e também atua como perita e analisou imagens da casa à convite da reportagem. “Acho que a história da baronesa agrega muito mais do que qualquer coisa. Essa casa é grande, é bonita, pé na areia, mas ela deixou de ser alto padrão há muito tempo. Você olha os móveis, a casa, o acabamento já não é mais atual. Ela não é um imóvel de luxo”, avalia.
Ela afirmou que os cerca de R$ 15 mil cobrados pelo metro quadrado fogem um pouco da realidade por Jacumã não fazer parte de destinos tão badalados e procurados como Pipa ou São Miguel do Gostoso. “A casa é muito grande, mas é antiga. Não é uma casa moderna, com móveis modernos projetados. Eu tenho [para venda] uma casa em Ponta Negra. Nova, lindíssima, moderna, ao custo de R$ 7 milhões, que é o altíssimo padrão de Natal. O público que talvez eles estejam querendo atingir é o europeu”, observou.
Tatiana Maia, outra especialista no ramo, deixou claro que o preço da propriedade não pode ser considerado normal levando em conta o mercado potiguar, ainda mais com a característica de ser voltada ao veraneio. “Não é normal. Casa de praia, na verdade, a procura maior é sempre em condomínios fechados. Para você comprar um imóvel em um dos condomínios mais caros do litoral sul, pode desembolsar de R$ 5 milhões a R$ 5,5 milhões mas em um condomínio. Agora um imóvel aberto, do porte dela, não é normal”, pontua.
Na área de lazer, há duas piscinas, uma para adultos e outra infantil. “Além de toda a comodidade da casa, a área da praia onde está localizada é rodeada de piscinas naturais super atrativas para hóspedes e turistas. É uma opção perfeita para o investidor do setor hoteleiro ou mesmo para aqueles que costumam reunir toda a família e amigos nos veraneios”, diz o anúncio, falando das possibilidades de uso para a construção.
Imóvel de praia mais caro da história do litoral potiguar
Quando questionadas, ambas as especialistas no segmento imobiliário afirmam que, se vendida por este preço, seria o maior negócio em casas de praia da história do litoral potiguar. “O litoral norte tem muitas propriedades, áreas vendidas à beira-mar com valores até superiores. Mas a gente fala de uma residência. R$ 17,5 milhões é o valor mais alto do litoral. Não conheço outro imóvel com esse valor. Em imóvel de praia, vai ser o mais caro”, afirmou Tatiana Maia.
Ela ainda acredita que uma negociação por este preço seria algo pouco provável. “Casas luxuosas no condomínio mais caro de Natal, a casa mais cara que se tem para vender era R$ 15 milhões e não conseguiu ser negociada”, explicou. Michelle Lordão enfatiza que o imóvel tem características únicas mas, em termos de negócio, põe em dúvida a pedida. “Existe uma diferença entre preço e valor. Não é um imóvel comum. Esse valor é muito mais pelo status da baronesa”, observa.
Nenhuma das duas especialistas consultadas pelo AGORA RN estimou um preço final para o imóvel. Ambas indicaram que outras residências na região chegam, no máximo, a R$ 3 milhões, mas que têm características diferentes. “Esse imóvel é bem peculiar. Pertence a uma senhora que tem uma condição financeira muito alta e não tem urgência de vender. Tudo depende da necessidade do vendedor. Se ele estiver trabalhando com público que ganha em euro, é um preço justo. Não é para gente que ganha em real. Essa casa está equiparada a grandes propriedades de São Paulo. O natalense não vai pagar este valor em uma propriedade sem estar em condomínio fechado”, avalia.
Fonte: AgoraRN
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