domingo, 10 de julho de 2022

SURPER MATUTÃO: FOCO NO FUTEBOL DO INTERIOR POTIGUAR

O Matutão vem aí para valorizar a garotada boleira do Rio Grande do Norte

Com o início previsto para o próximo dia 16 de julho, a Federação Norte-rio-grandense de Futebol (FNF) já está finalizando os preparativos para proporcionar a largada do maior campeonato de futebol amador do estado. O Super Matutão 2022 tem como metas a proposta de interiorizar o futebol, resgatando as disputas regionais entre os municípios, bem como revelar talentos e futuros atletas que possam despontar para o mundo profissional do futebol. Estão inscritas 26 equipes no torneio, que promete ser um dos mais disputados. A seleção de São Gonçalo foi a campeã da temporada passada.

Segundo o pesquisador do futebol potiguar, Marcos Trindade, a competição teve início na década de 60, mas depois acabou e só voltou a ser disputada a partir de 1971, quando ganhou notoriedade sendo organizada pelo jornalista Everaldo Lopes, com a chancela da FNF. Um dos maiores campeões do torneio foi a equipe do Centenário de Parelhas, conquistando as edições de 1988, 1989 e 1990.

Já naquela época, Everaldo Lopes previa que aquela seria uma das maiores competições entre equipes amadoras do interior do Brasil, chegando a ser disputado por 80 equipes. A competição resistiu até o final da década de 90, quando os representantes das cidades começaram a querer dar um viés profissional às suas equipes, pagando os atletas atrás de formar verdadeiras seleções para chegar ao título. A conta foi ficando cara e as prefeituras com dinheiro limitado não conseguiram mais arcar com os custos do futebol.

O campeonato revolucionou o interior do RN e também conseguiu lançar ao mercado do futebol profissional nomes como Souza, que defendeu o selecionado de Itajá numa equipe que contava ainda com Bebeto, Zé Ivaldo, Sinha, um jogador que fez sucesso e chegou a integrar a Seleção do México. Essa tradição foi quebrada após vinte anos, depois que a característica amadora da disputa foi perdida.

Na busca de evitar que o mesmo mal atinja a competição que vem buscando revigorar, uma das medidas iniciais tomadas pelo presidente da FNF, José Vanildo, para o lançamento do Super Matutão foi baixar uma norma proibindo a participação de atletas profissionais nas equipes. “Será o maior Campeonato amador do RN, nenhum ex-atleta profissional poderá participar. Um verdadeiro revelador de valores que vai movimentar os municípios”, disse o dirigente.

No sentido de prestar uma justa homenagem ao fundador do torneio, a FNF deu o nome de Everaldo Lopes ao troféu do campeão. Formado em administração ele foi servidor público do INSS, além de secretário do ABC, quando iniciou sua ligação de forma mais direta com o futebol. Apaixonado pelo jornalismo, iniciou a carreira como entrevistador na antiga Rádio Poti, nutrindo sempre a paixão pelo esporte que acabou se transformando em sua base de sustentação.

Everaldo trabalhou no Diário de Natal, onde foi responsável pela com a coluna “Cartão Amarelo”, que era composta apenas por charges, em 1988 foi contratado pela TRIBUNA do NORTE, onde ficou responsável por escrever algumas matérias especiais e a coluna “Apito Final”. O jornalista também foi autor de alguns livros, o mais vendido foi “Da Bola de Pito ao Apito Final”, onde contou a história do futebol no RN. Sua outra obra foi o livro Cartão Amarelo, onde junto com o chargista Edmar Viana realizou o apanhado de tudo que foi publicado de charges nos dois maiores jornais do estado.

Fonte: Portal Macauense


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