sexta-feira, 10 de setembro de 2021

FOI NA EMOÇÃO 'TAOKEI'

Bolsonaro recua e agora chama Alexandre de Moraes de jurista e professor

Após pregar a desobediência a decisões judiciais e atacar o Supremo Tribunal Federal para milhares de apoiadores, o presidente Jair Bolsonaro recuou e divulgou nota na tarde desta quinta-feira (9/9) em que alega que não teve "nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes".

A manifestação ocorre após meses de tensão entre o Executivo e o Judiciário e uma verdadeira campanha difamatória do mandatário contra o sistema eleitoral brasileiro e os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

O ponto alto de atrito institucional ocorreu no último dia 7 de setembro, quando Bolsonaro fez uma ameaça direta ao presidente do STF, Luiz Fux.

"Ou o chefe desse Poder [Fux] enquadra o seu [ministro] ou esse Poder pode sofrer aquilo que nós não queremos", disse, referindo-se às recentes decisões de Moraes contra militantes bolsonaristas.

Fux respondeu em dura manifestação no Plenário do Supremo Tribunal Federal. "Ofender a honra dos ministros, incitar a população a propagar discurso de ódio contra a instituição do Supremo Tribunal Federal e incentivar o descumprimento de decisões judiciais são práticas antidemocráticas, ilícitas e intoleráveis em respeito ao juramento constitucional que todos nós fizemos ao assumirmos uma cadeira nesta Corte", salientou.

Agora, em tom moderado, Bolsonaro pregou a defesa da democracia e a harmonia entre os Poderes da República.

Temer fez o meio-campo

Antes da divulgação da nota, Bolsonaro conversou por telefone com o ministro Alexandre de Moraes, em ligação mediada pelo ex-presidente Michel Temer. A informação foi confirmada pela assessoria do emedebista, responsável pela indicação de Moraes ao STF na época em que estava na Presidência da República.

Temer segue em Brasília, onde chegou na manhã desta quinta-feira. Segundo o ex-ministro Carlos Marun, o ministro Bruno Bianco (AGU) conversou com ele na quarta-feira (8/9) para que Temer fosse a Brasília.

Marun disse que Temer levou ao chefe do Executivo uma mensagem pela "pacificação" e que ficou satisfeito com a conversa. O encontro de Bolsonaro com Temer ocorre um dia depois de o mandatário reunir ministros e reafirmar sua intenção de manter o tom das críticas ao Supremo.

Fonte: Conjur


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