Senador novato busca Flávio para impedir veto a ‘passaporte da vacina’
Catapultado a uma cadeira no Congresso após a trágica morte do senador Arolde de Oliveira, uma das 500 mil vítimas de Covid-19 no país, o advogado Carlos Portinho (PL-RJ) está preocupado. Desde que assumiu a vaga do colega, em novembro do ano passado, aprovou três projetos por unanimidade no Senado, mas o último deles, o que cria o “passaporte da vacina”, corre sérios riscos de ser barrado pelo presidente Jair Bolsonaro. Na última terça-feira, em uma conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo disse que a proposta “não tem cabimento” e ameaçou publicamente vetá-la. No Senado, o texto foi aprovado pelo placar de 72 votos a favor e nenhum contra, mas a caneta de Bolsonaro já está a postos para impedir a vigência da proposta.
“Isso é inexorável. Na verdade, até escrevi para o senador Flávio (Bolsonaro, filho do presidente), acho que o presidente se antecipou e ele (Jair Bolsonaro), de certa maneira, se coloca meio que num caminho sem volta. Mas ele desconhece o projeto, isso está muito claro”, diz Portinho a VEJA. O texto cria o Certificado de Imunização e Segurança Sanitária (CSS) – um nome burocrático para o tal passaporte –, que permitiria, na prática, que pessoas vacinadas – ou que tenham teste negativo para a Covid-19 – possam circular em espaços públicos ou privados onde já tenha sido imposta alguma restrição de acesso. Em tempo: Flávio Bolsonaro não participou da votação que selou o apoio do Senado ao projeto.
A aprovação da medida colocou Portinho na mira de extremistas bolsonaristas e de adeptos radicais do movimento antivacina. “Mas você começa a ver os perfis, são pessoas que acreditam em chip, em pessoas teleguiadas, que tudo isso é uma grande conspiração mundial”, minimiza o neo-senador.
Fonte: Revista Veja
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