quarta-feira, 17 de setembro de 2025

ESQUEMA DE VAZAMENTO DE 240 MILHÕES DE CHAVES PIX TINHA RAMIFICAÇÃO NO RIO GRANDE DO NORTE

Hacker preso por vazar 240 milhões de chaves Pix tinha ligação com esquema que envolvia o RN

O hacker de 26 anos preso na manhã desta terça-feira (16) pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul é considerado a principal fonte de vazamentos de dados de sistemas governamentais e de segurança em todo o Brasil. Segundo a polícia, ele é o responsável por vazar cerca de 240 milhões de chaves Pix. 

Conhecido como “Jota”, o suspeito é apontado como responsável pela invasão de bases extremamente sensíveis, incluindo o Sisbajud (sistema usado pelo Poder Judiciário para rastrear ativos financeiros), sistemas da Polícia Federal e até bancos de dados relacionados a investigações, reconhecimento facial e controle de voos.

Segundo a investigação, Jota teria “dumpado” um arquivo de 460 GB contendo cerca de 239 milhões de chaves Pix, um dos principais vazamentos de dados da história do país. Essas informações eram repassadas a intermediários que exploravam os dados em plataformas clandestinas e abasteciam golpistas em diferentes estados.

O esquema funcionava em camadas:

1. Hacker: invadia os sistemas e coletava os dados

2. Painelistas: compravam os pacotes de informações do hacker e revendiam em grupos de Telegram, cobrando taxas mensais de acesso

3. Golpistas: adquiriam as informações para aplicar fraudes contra vítimas em todo o Brasil

Segundo o delegado Eibert Moreira, o hacker cobrava R$ 1.000 por cliente para fornecer os dados. Já um dos principais painelistas, conhecido como “Menor”, vendia acessos por R$ 50 e administrava mais de 200 grupos, movimentando cerca de R$ 10 mil por mês apenas neste esquema.

A prisão ocorreu durante a terceira fase da Operação Medici Umbra, batizada de “A Fonte”, que cumpriu três mandados de prisão preventiva e três de busca e apreensão em Pernambuco, Rio Grande do Norte e São Paulo. Mais de 50 policiais participaram da ação.

Além do vazamento do Pix, o hacker também teria fornecido informações para criminosos envolvidos em outros crimes cibernéticos, incluindo o grupo responsável por ameaçar o youtuber Felca, investigado em fases anteriores da mesma operação.

As autoridades agora investigam a extensão dos danos causados pelo vazamento e se os dados comprometidos continuam em circulação nos fóruns clandestinos da internet.

Fonte: CNN Brasil



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