Maduro aparece de farda militar e fala em 'defender a soberania' em meio a crise com os EUA
Presidente da Venezuela criticou o envio de navios de guerra ao Caribe em 'guerra psicológica do governo Trump. Embarcações dos EUA começaram a chegar a região próxima da costa da Venezuela na quinta (28), e governo venezuelano acionou a ONU
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, apareceu de farda militar ao visitar tropas na quinta-feira (28), mesmo dia em que navios de guerra dos Estados Unidos começaram a chegar no sul do Caribe, próximo da costa da Venezuela.
Maduro falou em "defender a paz e a soberania nacional" contra uma "guerra psicológica" empregada pelo governo de Donald Trump e disse que o governo da Colômbia se uniu aos esforços dos venezuelanos para reforçar a segurança na fronteira.
“Hoje posso dizer, depois de 20 dias seguidos de anúncios, ameaças, guerra psicológica, 20 dias de cerco contra a nação venezuelana, que hoje estamos mais fortes que ontem, mais preparados para defender a paz, a soberania e a integridade territorial do que ontem — muito mais”, afirmou o líder venezuelano.
As tensões entre os governos Trump e Maduro aumentaram neste mês e atingiram seu nível mais alto na quinta-feira, com a chegada de navios de guerra dos EUA ao sul do Caribe na quinta-feira. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, prometer usar "toda a força" contra o regime venezuelano e deixar no ar a possibilidade de um ataque.
O governo Trump enviou oito embarcações, incluindo sete navios e um submarino nuclear, e o restante deles deve chegar nos próximos dias. A quantidade e tipos de navios de guerra despachados levantam suspeitas sobre um possível ataque ao regime Maduro. Um ataque dos EUA em solo venezuelano teria graves implicações políticas, disse especialista ao g1.
Mísseis carregados nos navios de guerra como os Tomahawk, de longo alcance e alta precisão, não têm como objetivo combater cartéis de drogas, afirmou analista ao g1. Na quinta-feira, o governo Maduro disse "estar preparado para o pior" e denunciou à ONU que uma "campanha terrorista" americana estaria em andamento.
Maduro também elogiou na quinta-feira o presidente colombiano, Gustavo Petro, pelo envio de 25 mil soldados para reforçar a segurança na região de Catatumbo, uma área estratégica na fronteira compartilhada entre os dois países.
EUA x Maduro
Maduro é acusado pelos EUA de narcoterrorismo. Ele é apontado pelo governo americano como líder do Cartel de los Soles, grupo classificado recentemente pelos EUA como organização terrorista internacional.
No início de agosto, os EUA dobraram a recompensa por Maduro, estipulando um valor de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão ou condenação do venezuelano.
Maduro tem classificado as ações recentes dos Estados Unidos como ameaças. Diante da movimentação militar, ele anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos para proteger o território da Venezuela.
"Fuzis e mísseis para a força camponesa! Para defender o território, a soberania e a paz da Venezuela", proclamou. "Mísseis e fuzis para a classe operária, para defender a nossa pátria!"
A Venezuela também enviou 15 mil militares para a fronteira com a Colômbia após o governo vizinho afirmar que os EUA estavam usando o narcotráfico como uma "desculpa para invasão militar". Por outro lado, o governo colombiano descarta colaborar com Maduro.
Na terça-feira (26), em um documento enviado à ONU, a Venezuela classificou as ações dos Estados Unidos como "grave ameaça à paz e à segurança regional" e pediu que a ONU monitore a "escalada de ações hostis" e "ameaças" do governo dos EUA.
Enquanto isso, países como Argentina, Equador, Paraguai e Guiana seguiram os Estados Unidos e também declararam o Cartel de los Soles como uma organização terrorista. Trinidad e Tobago, que fica muito próxima da Venezuela, também disse apoiar a ação militar dos EUA.
Fonte: g1.com

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