Fake news produzida por militares foi centro do caso Rubens Paiva
Texto publicado na Tribuna da Imprensa dizia que terroristas atacaram carro de agentes de segurança e que Rubens fugiu com o grupo
Embora o termo "fake news" seja relativamente novo, um texto publicado em 1971 pelo jornal Tribuna da Imprensa mostra que a prática é antiga.
Um texto falso, produzido pelo governo militar, foi decisivo para o caso Rubens Paiva à época: a "notícia" dizia que o ex-deputado havia fugido.
"Terror resgatou prêso em operação-comando", dizia o título. O texto foi publicado três dias após Rubens Paiva ser preso por militares, em 20 de janeiro de 1971.
No dia 23, o jornal afirmava que terroristas raptaram viatura na qual três agentes de Segurança levavam Rubens a uma unidade militar.
Essa foi a versão oficial do Exército sobre o desaparecimento do deputado cassado.
O jornal noticiou que os agentes de segurança estavam encarregados de conduzir "o subversivo Rubens Beyrodt de Paiva, preso no Alto da Boa Vista, para uma unidade militar".
Na ocasião, ainda de acordo com a fake news, Rubens Paiva "se aproveitou para correr em direção aos companheiros que o cobriam com pistolas automáticas e metralhadoras".
"Os agentes (...) nada puderam fazer para impedir a fuga de Rubens."
Naquele dia, provavelmente Rubens Paiva já estava morto. A fake news foi a "saída" para justificar o sumiço do preso político. Desde então, sua esposa, Eunice Paiva, nunca parou de lutar pela verdade.
Fonte: www.migalhas.com.br
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