Bolsonaro Critica Inquérito da PF: ‘Golpe agora não se dá com tanque, se dá com táxi’
O ex-presidente Jair Bolsonaro, indiciado pela Polícia Federal (PF) no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado, participou de uma live, neste sábado (23), no perfil do ex-ministro do Turismo Gilson Machado. Durante a transmissão, Bolsonaro qualificou as investigações de “chifre em cabeça de cavalo” e reafirmou suas críticas às recentes prisões de militares de alta patente próximas a ele, classificando-as como “injustas”.
Sentado numa cadeira de barbeiro, o ex-presidente questionou a narrativa do golpe, que é o cerne do inquérito da PF. “É uma coisa absurda, essa coisa de golpe. Vai dar golpe com um general da reserva e quatro oficiais superiores? Pelo amor de Deus. Quem estava coordenando isso? Cadê a tropa? Cadê as Forças Armadas?”, disse.
Bolsonaro também aproveitou para alfinetar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. “Golpe agora não se dá mais com tanque, se dá com táxi. E parece que o sequestro não saiu porque não tinha o táxi na hora. Pelo amor de Deus, é uma piada essa PF criativa do Alexandre de Moraes”, criticou.
As críticas do ex-presidente se estenderam às prisões realizadas na Operação Contragolpe, deflagrada na terça-feira (19). A operação envolveu a prisão do general da reserva Mário Fernandes e dos tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, todos das Forças Especiais, conhecidos como “kids pretos”. Também foi preso o policial federal Wladimir Matos Soares. Bolsonaro afirmou que essas prisões, especialmente as preventivas, não encontram respaldo legal. “Esses que estão sendo presos injustamente agora, de forma preventiva, não encontra um só respaldo da lei que fala da preventiva para prender esses quatro oficiais”, afirmou.
Durante a live, Bolsonaro também comentou sobre outros assuntos de destaque, como a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, sua derrota nas eleições do Nordeste, e até mesmo o jogo do Palmeiras contra o Atlético Goianiense, realizado no sábado.
No dia 21 de novembro, Bolsonaro e outras 36 pessoas, majoritariamente militares, foram indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa. No dia seguinte, a Primeira Turma do STF rejeitou, por unanimidade, um pedido dos advogados do ex-presidente para permitir que ele mantivesse contato com outros investigados. Os ministros também negaram o pedido para devolução de seu passaporte e para acesso à delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
Ainda nesta sexta-feira (22), o STF determinou a manutenção da proibição de Bolsonaro entrar em contato com os envolvidos na trama que, segundo a investigação, teria como objetivo a tentativa de golpe, incluindo planos para a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do próprio ministro Alexandre de Moraes.
Fonte: O Globo
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