terça-feira, 16 de abril de 2024

PRESIDENTE DO IPERN INFORMA QUE DECISÃO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO RN TERÁ DE SER CUMPRIDA

Decisão do STF sobre aposentadorias não será revertida, diz IPERN

Nereu Linhares explica que o STF teria de rever decisão semelhante que é válida para o estado do Piauí

Não existe a possibilidade de reversão da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendendo o Acórdão do Tribunal de Contas (TCE-RN) que definiu uma data para a aposentadoria de 3.690 servidores do RN. Quem afirma é o presidente do Instituto de Previdência do RN (IPERN), Nereu Linhares.

Essa segurança na afirmação, explica, se dá pelo fato de que se o STF mudar o entendimento, terá que rever decisão semelhante que vale para o estado do Piauí e que — segundo ele — é exemplo para todo o País.

“Não existe essa possibilidade (de reversão da decisão) de maneira nenhuma. O prazo desse pessoal é o que a Constituição prevê, ou seja, aposentadoria compulsória aos 75 anos”, disse.

E complementou, referindo-se aos servidores alcançados pela decisão: “Não precisa fazer mais o agendamento e quem agendou forçado, pode cancelar”.

Semana passada, o IPERN publicou uma nova portaria que “Regulamenta a tramitação dos processos de concessão de aposentadoria voluntária de servidores do Poder Executivo do Estado do RN”.

De acordo com Nereu Linhares, essa portaria é uma tentativa de “despressurizar a angústia do servidor” que não queria se aposentar e foi obrigado a iniciar o processo devido ao Acórdão do TCE que fixava dia 25 de abril como data limite para a aposentadoria de 3.690 servidores.

Segundo ele, quem agendou somente, pode cancelar o agendamento. E quem já estava com o pedido iniciado, mas pediu sobrestamento (pedido de paralisação), terá processo extinto “caso o servidor reitere a falta de interesse na tramitação do processo”.

Além disso, a portaria prevê que “todos os processos com pedidos de sobrestamento, deverão ser notificados os servidores e concedido o prazo de 5 dias úteis para indicar o interesse ou não na tramitação regular do processo, sendo considerada a desistência do processo em caso de silêncio do servidor”.

Antes mesmo da publicação da portaria, o Ipern fez uma postagem nas suas redes sociais convocando os servidores que não queriam se aposentar, mas se viam obrigados a isso, que cancelassem seus agendamentos.

“Isso permitirá que outros servidores, que realmente desejam se aposentar, consigam dar entrada o mais rápido possível”, dizia o comunicado.

Nereu Linhares acredita que do efetivo que se via obrigado a pedir aposentadoria, a maioria não manterá os processos abertos e deverá seguir trabalhando.

Segundo ele, a decisão do ministro Nunes Marques, do STF, foi um alívio. “Ela foi acertadíssima.

Não tinha contingente para fazer esse horror de aposentadoria”, afirma. No Ipern, por exemplo, caso o Acórdão do TCE seguisse valendo, somente 4 pessoas seguiram trabalhando no Instituto.

Os outros cerca de 60 servidores seriam aposentados. “O grande problema seria interromper o serviços. O Departamento Estadual de Imprensa, por exemplo, só tem um servidor. No Idema, não ia ficar ninguém”, comenta Nereu Linhares.

O presidente do Ipern dá outro exemplo de como o Acórdão do TCE gerou procura pelo Ipern. De janeiro a dezembro de 2023, foram feitos 2503 agendamentos. Somente em janeiro e fevereiro de 2024, foram agendados 2031 pedidos de aposentadoria.

Agendamentos feitos até março de 2025

Com tanta procura, o Ipern já tinha agendamentos marcados até março do ano que vem. Com as medidas que vêm sendo tomadas, a expectativa é que tudo volte ao normal e que a fila de agendamentos volte ao normal, com espera de 3 meses, no máximo.

Caso o Acórdão do TCE continuasse valendo e os 3.690 servidores tivessem que se aposentar, o governo do estado teria de empregar pelo menos R$ 31,2 milhões por mês (bruto) a mais na folha do Instituto de Previdência do Estado (Ipern) para arcar com os custos dessas aposentadorias.

Por ano, esse custo seria de R$ 376,2 milhões. Além disso, com o alto volume de aposentadorias, pelo menos 18 órgãos da administração estadual perderiam grande parte de seus servidores e ficariam sem condições de prestar os serviços para os quais existem.

Fonte: AgoraRN


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