Alexandre de Moraes se manifesta sobre reuniões com Galípolo e bancos após polêmica do Banco Master
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o Banco Central (BC) divulgaram notas oficiais nesta terça-feira (23) para esclarecer a natureza das reuniões mantidas entre o magistrado e o presidente da autoridade monetária, Gabriel Galípolo. O posicionamento ocorre após a denúncia da jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, de que Moraes teria intercedido a favor do Banco Master.
Segundo o ministro, os encontros presenciais e telefônicos não tiveram como pauta a venda do Master ao BRB, mas sim as sanções impostas a ele pelos Estados Unidos por meio da Lei Magnitsky, que congelou suas movimentações financeiras entre julho e dezembro de 2025.
A justificativa de Moraes: “Movimentação bancária”
Em nota, Moraes detalhou que a gravidade das sanções americanas exigiu reuniões com os presidentes das maiores instituições financeiras do país, incluindo o Banco do Brasil e o Itaú, além de entidades como a Febraban.
“O Ministro Alexandre de Moraes esclarece que, em virtude da aplicação da Lei Magnistiky, recebeu para reuniões o presidente do Banco Central, a presidente do Banco do Brasil, o Presidente e o vice-presidente Jurídico do Banco Itaú. Além disso, participou de reunião conjunta com os Presidentes da Confederação Nacional das Instituições Financeira, da Febraban, do BTG e os vice-presidentes do Bradesco e Itaú. Em todas as reuniões, foram tratados exclusivamente assuntos específicos sobre as graves consequências da aplicação da referida lei, em especial a possibilidade de manutenção de movimentação bancária, contas correntes, cartões de crédito e débito”, diz a nota do gabinete do ministro.
O Banco Central corroborou a versão do magistrado em um curto comunicado: “O BC confirma que manteve reuniões com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, para tratar dos efeitos da aplicação da Lei Magnitsky”.
Galípolo nega pressão; Contrato de esposa sob suspeita
O presidente do BC, Gabriel Galípolo, tem afirmado a interlocutores que as conversas com Moraes foram “amistosas” e pautadas por critérios técnicos. Ele nega qualquer tentativa de interferência na decisão de setembro, quando o BC barrou a transação entre Master e BRB por falta de “viabilidade econômico-financeira”.
Apesar das notas oficiais, o cenário político permanece sob tensão devido aos detalhes revelados pela investigação jornalística sobre os laços financeiros da família do ministro com o banco em questão:
1. Honorários Milionários: O escritório de Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro, possuía um contrato de R$ 3,6 milhões mensais com o Banco Master.
2. Montante Total: O acordo previa o pagamento de R$ 129 milhões ao longo de três anos.
3. Falta de Transparência: Até o momento, não foram divulgados os serviços prestados nem o total efetivamente pago à advogada antes da liquidação da instituição.
A Lei Magnitsky, aplicada pelos EUA a Moraes em 30 de julho de 2025, é um instrumento de sanção global que impede o uso do sistema financeiro internacional por indivíduos acusados de violações. A medida só foi revogada em 12 de dezembro, após negociações diretas entre o presidente Lula e Donald Trump.
Fonte: Gazeta Brasil

Nenhum comentário:
Postar um comentário