Nova pesquisa derruba versão histórica: Pedro Álvares Cabral não chegou ao Brasil por Porto Seguro
Um estudo recente questiona a ideia de que Pedro Álvares Cabral teria desembarcado no Brasil em Porto Seguro, na Bahia, em 1500.
Em vez disso, a pesquisa sugere que o local de chegada pode ter sido o litoral do Rio Grande do Norte, especificamente na praia de Zumbi, em Rio do Fogo.
Essa revisão foi publicada no Brazilian Journal of Science e está gerando intenso debate na comunidade acadêmica.
Detalhes do estudo
A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), utiliza dados físicos e imagens de satélite.
Eles compararam os registros da carta de Pero Vaz de Caminha sobre ventos e correntes marítimas com a geografia local.
Seus cálculos indicam que a expedição de Cabral percorreu cerca de 4 mil km desde as ilhas de Cabo Verde até a costa potiguar, desafiando a narrativa tradicional que aponta para o sul da Bahia como ponto de chegada.
Papel da geografia na descoberta
Os pesquisadores salientam que o “grande monte, mui alto e redondo” descrito por Caminha, normalmente identificado como o Monte Pascoal na Bahia, pode ser o monte Serra Verde em João Câmara (RN).
Esta possibilidade lança novas luzes sobre as primeiras interações da frota com as terras brasileiras. Além disso, a sequência de ventos que teria deslocado a frota ao norte coincidiu com a localização das praias de Zumbi e Marco.
A potencial mudança no local de chegada pode impactar o ensino da história nacional. Se confirmado, o novo local poderia alterar o foco turístico e histórico do descobrimento brasileiro.
Colóquio e abordagem interdisciplinar
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte planeja um colóquio científico no próximo ano para discussões mais aprofundadas sobre a pesquisa.
O evento proporcionará um fórum onde historiadores e cientistas podem debater o estudo, explorando suas implicações numa narrativa oficial do Brasil.
A metodologia empregada na pesquisa destaca a utilidade de abordagens interdisciplinares. Segundo um dos autores, Carlos Chesman, reavaliar a história por meio de dados físicos mostra que a ciência pode oferecer novas perspectivas.
Por enquanto, o estudo e suas implicações permanecem como pontos de partida para futuras investigações.
Fonte: Revista Crusoé

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