Fórmula 1 vai impor regra em 2026 para impedir ‘truques’ nos carros
A aguardada temporada de 2026 da Fórmula 1, que introduzirá um novo regulamento técnico considerado um dos mais significativos da história, está cada vez mais próxima. No entanto, a categoria já prepara diversas transformações para o próximo ano que vão além das inovações nos monopostos.
Em sua última reunião, a Comissão de F1, em conjunto com a FIA (Federação Internacional de Automobilismo), discutiu e aprovou propostas que visam remodelar tanto a estética dos carros quanto a dinâmica das corridas, incluindo uma ideia que ganha força: a obrigatoriedade de duas paradas nos boxes durante os Grandes Prêmios.
Adeus ao Preto: Carros Mais Coloridos a Partir de 2026
Um dos pontos de maior destaque aprovados foi uma nova regra estética. A partir de 2026, pelo menos 55% da superfície dos carros — considerando as vistas lateral e superior — deverá ser coberta por designs pintados ou adesivos, em vez de deixar a fibra de carbono exposta.
Essa medida responde às crescentes críticas de que as decorações das últimas temporadas se tornaram monótonas, com o excesso da cor preta, em comparação com os grids de décadas anteriores.
A busca pela leveza: A tendência de reduzir a pintura e usar o preto da fibra de carbono foi intensificada pelas equipes na tentativa de aliviar o peso dos carros, especialmente diante da meta de redução do peso mínimo que será imposta pelo regulamento de 2026.
Segundo a FIA, o objetivo principal é “aumentar a diferenciação visual entre os veículos” e melhorar o espetáculo para o público e a televisão, uma preocupação central para os detentores dos direitos comerciais.
Na temporada de 2024, a equipe Alpine (que contará com Franco Colapinto e Pierre Gasly em 2026) foi um exemplo notável, mantendo suas cores azul e rosa, mas com o preto predominando em grande parte do monoposto para economizar peso. Williams e McLaren também aderiram a essa “otimização” estética.
Duas Paradas nos Boxes: O Debate Tático
No campo esportivo, a Comissão debateu intensamente a introdução de duas paradas obrigatórias nos boxes durante os GPs, juntamente com ajustes nas especificações e vida útil dos pneus, e o uso de três compostos distintos na corrida. Embora não tenha havido um acordo final, as discussões sobre o tema continuarão ao longo da temporada de 2026.
A proposta, que chegou a ser testada no Grande Prêmio de Mônaco de 2025, divide opiniões:
Prós: Poderia trazer maior incerteza e variedade tática para as corridas.
Contras: Existe o risco de que a obrigatoriedade force todas as equipes a adotarem estratégias idênticas, eliminando a diversidade.
James Vowles, chefe da Williams, expressou preocupação de que “todos acabemos usando a mesma estratégia com uma diferença de apenas uma volta, porque você é forçado a fazer isso por causa das duas paradas”. Já Andrea Stella, da McLaren, defendeu a necessidade de “refletir com muita atenção” para garantir que a medida traga a resposta correta para o esporte.
A Pirelli, fornecedora de pneus, preferiria reduzir a diferença de desempenho entre estratégias de uma e duas paradas, em vez de impor a parada dupla, para estimular a diversidade tática de forma orgânica.
Sistema de Resfriamento e Outras Mudanças
Sistema de Resfriamento em Marcha (DCS): Foi debatida a possível obrigatoriedade do DCS a partir de 2026. Este sistema consiste em um traje especial com tubos de refrigeração para combater as altas temperaturas dentro do cockpit. Embora atualmente seja opcional (e muitos pilotos, como Franco Colapinto, evitem-no por considerá-lo desconfortável), a FIA propôs redesenhar o sistema e aumentar o limite de peso para seu uso, buscando o feedback dos pilotos.
Restrições de Testes Aerodinâmicos (ATR): Serão desenvolvidas modificações no ATR para adaptar as regras aos limites orçamentários e às tecnologias de simulação e processamento mais atuais. O ATR limita o tempo de testes em túnel de vento e CFD de cada equipe com base em sua posição no campeonato.
Números de Pilotos: Foi acordada a flexibilização da regra do número permanente (introduzida em 2014), permitindo que os competidores possam mudar seu número de dorsal ao longo de suas carreiras.
Ponto Não Incluído
O resumo oficial da reunião não abordou a solicitação da McLaren para esclarecer as regras sobre o uso de motores, após a troca feita pela Red Bull no carro de Max Verstappen no Grande Prêmio do Brasil. A equipe britânica busca saber se trocas de motor visando apenas o aumento de desempenho, e não apenas a confiabilidade, estão dentro do limite de custos estabelecido.
Fonte: Gazeta Brasil

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