Especialistas alertam riscos da I.A e reforçam necessidade de responsabilidade digital
Tatiana Assunção e Enrique Robledo chamaram atenção para os riscos do uso descontrolado dessas tecnologias
A neuropsicóloga Tatiana Assunção e o consultor em inteligência artificial Enrique Robledo alertaram sobre os impactos da inteligência artificial (IA) e das redes sociais na vida cotidiana durante o programa Repórter 98 desta quarta-feira (29). Tatiana Assunção e Enrique Robledo chamaram atenção para os riscos do uso descontrolado dessas tecnologias, especialmente entre jovens, e para a urgência de uma educação digital que envolva pais, professores e alunos.
Tatiana Assunção destacou que o uso descontrolado da IA pode levar a quadros graves de desequilíbrio emocional. Segundo a especialista, já há registros de pessoas internadas após desenvolverem uma relação de dependência e delírio com assistentes virtuais. “A gente tem o que chamamos de psicose da IA. São pessoas surtadas, com problemas sérios, por conta de relacionamentos com a inteligência artificial”, explicou.
Ela alertou que o problema se agrava porque essas ferramentas tendem a reforçar respostas positivas, validando comportamentos e percepções, mesmo que distorcidas da realidade. “O que acontece é que a IA vai reforçando o pensamento da pessoa. Ela valida aquele raciocínio e, nesse reforço, conduz alguém que já está emocionalmente fragilizado a uma ‘verdade’ que não é real. E aí surgem os delírios e alucinações, que podem até levar a atitudes perigosas”, observou.
O consultor Enrique Robledo complementou a discussão com um panorama sobre a urgência de uma regulação global da inteligência artificial. Segundo ele, o tema será um dos principais debates de 2026 em todo o mundo. “A regulação da IA vai estar em pauta. É um desafio conseguir parametrizar isso, porque os algoritmos, especialmente das redes sociais, são programados para prender a atenção das pessoas, oferecendo pequenas doses de dopamina a cada interação”, explicou.
Robledo citou o comportamento das plataformas digitais como exemplo de um sistema desenhado para dificultar o “desligamento” do usuário. “O TikTok, o Instagram… você tenta sair e eles sempre te mostram mais um vídeo. É um mecanismo pensado para manter o engajamento. E isso afeta, principalmente, os adolescentes, que são mais vulneráveis emocionalmente”, afirmou.
Fonte: Portal 98 FM

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