quarta-feira, 17 de setembro de 2025

VIVER 150 ANOS JÁ É POSSÍVEL: PESQUISADOR GENETICISTA DIZ QUE CRIANÇA QUE VIVERÁ 150 ANOS JÁ NASCEU

Harvard avança em pesquisa que promete prolongar a vida até 150 anos

O desenvolvimento científico voltado para prolongar a vida e reverter o envelhecimento apresenta avanços inéditos. Pesquisadores liderados pelo doutor David Sinclair, geneticista e professor titular em Harvard, conseguiram rejuvenescer células e tecidos em animais, abrindo a possibilidade de levar esses avanços para ensaios clínicos em humanos já no próximo ano.

Em entrevista ao podcast Moonshots, de Peter H. Diamandis, Sinclair afirmou que os resultados obtidos são tão impressionantes que já há certeza de que o primeiro indivíduo a atingir 150 anos já nasceu. Segundo informações do portal 20minutos.es, a equipe utilizou inteligência artificial para identificar novas terapias genéticas que podem alterar os parâmetros atuais de expectativa de vida.

O foco central da pesquisa é o rejuvenescimento de células e tecidos, o que representaria uma transformação na medicina preventiva e nas terapias regenerativas, caso os ensaios em humanos confirmem os resultados observados em animais.

Segundo Sinclair, a estratégia utilizada é epigenética, ou seja, envolve mudanças na expressão dos genes sem alterar a sequência do DNA, mas que podem ativar ou desativar determinados genes. Isso representa uma mudança significativa no conceito de saúde, longevidade e reversão do envelhecimento.

Até o momento, o grupo liderado por Sinclair conseguiu rejuvenescimento mensurável em ratos e macacos. Os próximos ensaios em humanos têm como objetivo tornar esses avanços acessíveis à população, podendo alterar drasticamente o enfoque da medicina preventiva.

No entanto, Sinclair destacou a falta de apoio institucional como principal obstáculo à continuidade da pesquisa, devido à necessidade de financiamento e de vontade política.

A nova terapia epigenética busca reprogramar células adultas para restaurá-las a uma fase anterior de juventude, aumentando os anos de vida saudável. Não se trata de uma mudança superficial, mas de uma alteração mensurável na idade biológica e na função física. “Os dados mostram que a idade retrocede”, resumiu Sinclair. Os testes realizados indicam melhorias físicas evidentes e redução do desgaste celular.

Segundo o cientista, a chave do processo está na informação biológica associada ao envelhecimento, especialmente na perda de informação epigenética, que faz com que as células percam a capacidade de desempenhar suas funções.

O grupo encontrou um método para restaurar essa informação sem clonagem: a reconfiguração epigenética segura permite “reiniciar” o epigenoma sem reiniciar a vida.

Para auxiliar na pesquisa, foi usada inteligência artificial para identificar moléculas capazes de rejuvenescer células por via oral. De acordo com Sinclair, a IA acelera a análise de milhões de compostos e prevê seus efeitos sobre os mecanismos epigenéticos, tarefa que antes exigiria anos de estudo. A pesquisa sugere que, em poucos anos, um tratamento farmacológico de curta duração poderá rejuvenescer células de forma significativa.

A primeira fase dos ensaios clínicos está prevista para janeiro do próximo ano, com foco inicial em doenças oculares, como glaucoma e neuropatia óptica isquêmica, escolhidas pela facilidade de acesso e avaliação objetiva dos efeitos terapêuticos.

O tratamento experimental prevê injeção ocular, seguida de uso de doxiciclina para ativar genes ligados à juventude celular. Caso os resultados sejam positivos, a equipe planeja expandir a pesquisa para doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e esclerose lateral amiotrófica (ELA), além de outros problemas relacionados ao envelhecimento.

Segundo Sinclair, a prolongação da vida ativa poderia reduzir os custos com saúde pública e dependência, além de ter impacto positivo na produtividade e na economia. No entanto, existem desafios de financiamento e alto custo das terapias. O geneticista espera que, com o tempo, esses tratamentos se tornem acessíveis a toda a população.

O acompanhamento, financiamento e regulamentação dos ensaios definirão as chances de sucesso e a possibilidade de transformar o rejuvenescimento clínico em protocolos médicos amplamente adotados, tornando a prática uma realidade verificável.

Fonte: Gazeta Brasil



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