sexta-feira, 30 de maio de 2025

IMPASSE NA LINHA FÉRREA EM NATAL: MORADORES DAS PROXIMIDADES ALEGAM DANOS NOS IMÓVEIS NA PASSAGEM DO VLT E CBTU DIZ QUE CONSTRUÇÕES SÃO IRREGULARES

Casas sofrem danos com passagem de VLTs em Natal; CBTU alega irregularidade na construção das residências

Moradores da rua Rio Potengi, no bairro das Quintas, em Natal, têm relatado danos estruturais recorrentes em imóveis localizados às margens da linha férrea que corta a região, nas proximidades do grupamento de fuzileiros navais. As principais queixas apontam para as vibrações causadas pela passagem dos trens, que estariam provocando rachaduras nas residências.

De acordo com relatos da comunidade, o problema se intensificou nos últimos anos, especialmente com o aumento da velocidade dos trens e a frequência das viagens, que pode chegar a 12 por dia. Alguns moradores afirmam que já precisaram reformar suas casas mais de uma vez devido ao surgimento de novas trincas nas paredes e no chão. Há também apontamentos sobre falhas na sinalização ferroviária, como o não funcionamento da cancela, além do incômodo causado pelo som das buzinas.

Segundo os moradores, em algumas residências as rachaduras chegaram a atingir até 5 centímetros de largura, e há quem já tenha feito diversas tentativas de reparo com o uso de ferro e cimento. A sensação constante de trepidação durante a passagem dos trens preocupa os residentes, que dizem temer pela segurança das construções.

Em nota, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) informou que os imóveis atingidos estão dentro da faixa de domínio da ferrovia, que é de 15 metros para cada lado da linha, e que tais construções são consideradas irregulares. A empresa destacou que “até o momento, não tem recebido reclamações de trincaduras de residências fora da faixa de domínio” e que “tem orientado sempre, inclusive com notificação, proibindo que sejam realizadas construções dentro da faixa operacional”.

A CBTU afirmou ainda que existe uma ação civil pública em andamento, movida pelo Ministério Público Federal, que envolve a própria companhia, a União e a Prefeitura do Natal. O processo prevê a retirada das moradias instaladas na área de domínio da ferrovia e a destinação de recursos para garantir nova moradia às famílias atingidas.

Moradores, no entanto, alegam que pagam regularmente o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e afirmam não ter sido informados previamente sobre qualquer irregularidade relacionada aos seus imóveis.

Fonte: AgoraRN


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