sexta-feira, 28 de março de 2025

NÚMEROS PREOCUPANTES SOBRE MOTOCICLISTAS: METADE DE QUEM TEM MOTOS EM NATAL NÃO POSSUEM HABILITAÇÃO

Metade dos motociclistas de Natal circula sem habilitação, revela STTU

Metade dos motociclistas que circulam pelas ruas de Natal não possui habilitação, segundo a secretária municipal de Mobilidade Urbana, Jódia Melo. Em entrevista à rádio 94 FM, ela destacou a gravidade do problema. “Temos um número muito alto de motociclistas sem habilitação. É um problema que coloca em risco a vida deles e a de outras pessoas”, afirmou.

A informação reforça a urgência da campanha "Juntos Pela Vida", que busca reduzir acidentes envolvendo motociclistas. A Secretaria de Mobilidade Urbana (STTU) pretende atuar diretamente na formação de condutores que utilizam a moto como ferramenta de trabalho. A partir de abril, serão oferecidos cursos gratuitos de pilotagem, exclusivos para motociclistas habilitados.

Os cursos serão voltados especialmente para motofretistas, entregadores e trabalhadores que dependem da moto para locomoção. “Muitos acidentes não envolvem apenas o condutor. Afetam toda a estrutura familiar quando a pessoa não pode mais trabalhar”, explicou a secretária. A iniciativa pretende aumentar a capacitação técnica e reduzir práticas perigosas, como manobras ilegais.

Redução de óbitos não evita superlotação no Walfredo Gurgel

Apesar da queda no número de mortes de motociclistas em Natal, o Hospital Walfredo Gurgel continua operando acima da capacidade. Em 2021, foram registradas 30 mortes de condutores de moto na capital. Em 2023, o número caiu para 25, e em 2024, até agora, são 18. Ainda assim, o hospital segue sendo o principal destino para vítimas de acidentes graves, muitas delas vindas da região metropolitana.

A promotora Danielle Veras, do Ministério Público do Rio Grande do Norte, atribui o problema a um contexto regional. “Há uma redução nos óbitos em Natal, sim. Mas a gravidade dos acidentes ainda é muito alta. E quem se acidenta nos municípios vizinhos vem para cá. Isso explica por que o Walfredo não esvazia”, afirmou.

A promotora destacou que o Ministério Público atua em diferentes frentes, como coleta e compartilhamento de dados estatísticos, campanhas educativas, requalificação de vias e fiscalização. Entre os locais mais preocupantes, estão a avenida João Medeiros Filho, sob responsabilidade estadual, a BR-101 Sul, de jurisdição federal, e bairros como Lagoa Nova, que registram alta incidência de acidentes.

Um dos desafios apontados por Danielle Veras é a consolidação de dados. Atualmente, boletins de ocorrência só são registrados pela STTU e CPRE quando há vítimas. Acidentes sem lesão são documentados apenas via delegacia virtual, o que dificulta o mapeamento das áreas críticas e atrasa a implementação de soluções. “Sem dados integrados entre saúde, trânsito e segurança, a resposta fica incompleta”, ressaltou.

Entre as medidas em curso, estão intervenções urbanas em pontos de risco. A STTU já tem projetos aprovados para requalificação de avenidas como Nevaldo Rocha e Jaguarari, visando melhorar a fluidez do tráfego e reduzir colisões. Para a promotora, é essencial continuar reduzindo a quantidade de acidentes graves e garantir que casos menos complexos sejam absorvidos por outras unidades de saúde fora da capital. “A queda nos óbitos é positiva, mas não resolve o colapso se não houver apoio regional”, concluiu.

Fonte: Portal 96 FM


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