quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

LAUDO TOXICOLÓGICO REVELA QUE DOIS CÃES QUE ATACARAM UMA SENHORA ESTAVAM DROGADOS

Pitbulls drogados com cocaína matam idosa nos Estados Unidos

Um laudo toxicológico revelou que os dois cães responsáveis por um ataque fatal em Ashville, Ohio, estavam expostos a cocaína. A informação foi divulgada pelo jornal USA TODAY e faz parte das investigações que levaram à condenação dos donos dos animais por homicídio culposo e outros crimes.

O ataque aconteceu em 17 de outubro de 2024, quando os cães, identificados como Apollo e Echo, escaparam da casa de seus donos, Susan Withers e seu filho, Adam Withers, e atacaram Jo Ann Echelbarger, de 73 anos. A vítima estava cuidando do jardim de uma área comum do condomínio onde morava quando foi surpreendida pelos animais. Seu marido, Stanley Echelbarger, que utiliza andador e cadeira de rodas, testemunhou o ataque do alpendre de sua casa e acionou a polícia

Quando os policiais chegaram ao local, Apollo avançou contra um dos agentes e foi abatido a tiros. Echo foi encontrado sobre o corpo da vítima, coberto de sangue, e também foi morto pela polícia. A autópsia confirmou que Jo Ann faleceu poucos minutos após o ataque devido à gravidade dos ferimentos.

Histórico de agressividade e negligência

Segundo documentos judiciais obtidos pelo USA TODAY, Apollo já havia sido classificado como “cão perigoso” após um ataque anterior no mesmo condomínio. Meses antes, ele mordeu uma moradora, Kimberlee Black, e seu cachorro da raça Goldendoodle, chamado Nemo. Black sofreu fraturas e cortes, enquanto as lesões em Nemo foram tão graves que o animal precisou ser sacrificado.

Em Ohio, cães designados como perigosos devem ser mantidos em recintos fechados, utilizar focinheira e coleira de até 1,8 metro em passeios, além de estarem vacinados, esterilizados e microchipados. Os donos também devem contratar um seguro de responsabilidade civil. No entanto, Susan e Adam Withers não seguiram essas normas, contribuindo para a tragédia

A administração do condomínio já havia tentado intervir para evitar incidentes. Em abril de 2024, a associação de moradores entrou com uma ação civil exigindo que os donos mantivessem os cães sob controle. O processo buscava a remoção dos animais devido ao seu comportamento agressivo, mas nenhuma medida foi tomada a tempo.

Cães testaram positivo para cocaína

Após o ataque fatal, amostras de tecido hepático dos cães foram enviadas para um laboratório da Universidade da Califórnia-Davis. Os exames detectaram a presença de norcocaína, um metabólito da cocaína, confirmando que os animais haviam sido expostos à droga.

A descoberta reforçou suspeitas sobre o comportamento errático de Adam Withers, que havia sido preso três semanas antes do ataque por perturbação da ordem pública. Na ocasião, ele foi encontrado agindo de maneira estranha e permitindo que os cães andassem soltos pelo condomínio. Durante a detenção, Adam admitiu ter consumido cocaína em sua garagem, mas negou que os animais tivessem tido contato com a substância. Os laudos das necropsias, no entanto, contradisseram essa versão e fortaleceram as acusações contra ele

Condenações e debate sobre responsabilidade

Na última semana, um júri condenou Susan e Adam Withers por quatro acusações de negligência no confinamento dos cães e duas de homicídio culposo. Segundo o USA TODAY, a decisão reflete não apenas a gravidade do ataque, mas também o histórico de descaso dos donos, que ignoraram repetidas advertências e regulamentos de segurança.

O caso gerou um amplo debate sobre a responsabilidade dos donos de animais domésticos e a necessidade de medidas mais rigorosas para evitar tragédias semelhantes. Em Ohio, os proprietários são legalmente responsáveis pelo comportamento de seus animais, especialmente se forem classificados como perigosos ou agressivos. O descumprimento dessas normas pode resultar em penalidades severas, como demonstrado nesse julgamento.

Enquanto isso, a comunidade de Ashville ainda tenta lidar com as consequências desse episódio trágico, que não apenas tirou a vida de uma moradora, mas também revelou falhas na supervisão e controle de animais potencialmente perigosos.

Fonte: Gazeta Brasil


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