Caatinga, na Bahia, é devastada por empresa norueguesa para instalações de painéis solares e comunidade se mobiliza
Em 14 de maio de 2024, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) da Bahia autorizou a empresa norueguesa Statkraft a desmatar 1.524 hectares de floresta de caatinga arbórea – cerca de 1.500 campos de futebol – no topo das serras situadas entre as cidades de Uibaí e Ibipeba, para a instalação de 1.384.240 painéis de placas solares.
Segundo estudo publicado pelo próprio Inema, a área afetada abriga 230 espécies de plantas, das quais 15 estão ameaçadas de extinção, e outras 200 espécies animais do bioma, sendo que 64 espécies não sobrevivem fora do ambiente de floresta.
Como se não bastasse o impacto do empreendimento na fauna, na flora e nas águas da Caatinga (afetará afluentes do Rio São Francisco), do total desmatado, 441 hectares são áreas de preservação permanente (APPs).
“A poucos metros das áreas licenciadas, há terrenos em abundância, já desmatados, com condições para acolher o empreendimento e ainda gerar receitas de arrendamento para a agricultura familiar local”, conta Edimário Oliveira Machado, uma das principais lideranças contra a instalação do parque solar.
Vale destacar, ainda, que a empresa norueguesa já está instalada na região com o Complexo Eólico Ventos de Santa Eugênia, onde 14 parques eólicos, totalizando 91 turbinas, constituem o maior empreendimento da empresa fora da Europa. Ganância pouca é bobagem.
Fonte: Conexão Planeta
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