domingo, 3 de novembro de 2024

O BOM DO NORDESTE É O NORDESTINO: APRESENTADOR DE PROGRAMA DE TV SE EMOCIONA COM RELATO DA MORTE DE SEU AVÔ

Apresentador da TV Diário faz registro emocionante no local em que seu avô faleceu há quase 40 anos

Na zona rural de Cajazeiras, ao lado de sua mãe [Damires Alves Cassemiro e de sua filha, a pequena Lívia Emanuely, de 11 anos, bisneta de seu Lino], o radialista registrou em vídeo a fala de uma testemunha que presenciou o falecimento de seu ente querido

O apresentador José Dias Neto, da TV e Rede Diário do Sertão, conhecido popularmente por “Zé Neto”, esteve neste dia 2 de novembro, Dia de Finados, visitando o sítio Ponta D’Água, onde seu avô, Lino José Cassemiro, faleceu há cerca de 40 anos.

Na zona rural de Cajazeiras, ao lado de sua mãe [Damires Alves Cassemiro e de sua filha, a pequena Lívia Emanuely, de 11 anos, bisneta de seu Lino], o radialista registrou em vídeo a fala de uma testemunha que presenciou o falecimento de seu ente querido, um senhor chamado Antônio Nazário, que ainda hoje mora no local.

“Eu cresci ouvindo os relatos sobre a morte do meu avô materno, Lino José Cassemiro, relatos de uma morte como a gente vê nos filmes nordestinos de época, quando o falecido é carregado por pessoas dentro de uma rede ao som da excelência (benditos próprios para sepultamentos que eram entoados e compostos pela religiosidade popular)”, diz Zé em um trecho de sua postagem em suas redes sociais.

Com riqueza de detalhes, Zé Neto conta o relato da testemunha. “O que eu tinha ouvido, hoje pude comprovar porque conheci uma testemunha, um homem que conheceu meu avô e ajudou a carregar ele numa rede, em busca de socorro. Esse homem se chama Antônio de Nazário. Ao relembrar a morte do meu avô, no sítio Ponta D’Água, um lugar na época isolado e sem acesso a veículo, para chegar à estrada que dava acesso a Cajazeiras, somente à pé. Então, com um homem doente, sem capacidade de andar, a única forma de buscar ajuda era armar uma rede numa vara comprida e levá-lo para um lugar em que fosse possível estacionar um carro para socorrê-lo ao hospital. Não deu tempo. Depois de uma caminhada de mais de uma légua, meu avô pediu: ‘’pode parar aqui que o Lino tá morrendo’’. Ali mesmo morreu”, escreveu José Dias.

Em seu texto que faz o leitor se aprofundar e se emocionar com a história, o autor continua enfatizando ainda mais a realidade da época, apontando para a falta de assistência à população devido ao isolamento geográfico. Sem acesso à saúde, a família não sabe até hoje o que de fato causou a morte de seu avô. “A causa morte não sabemos ao certo, mas tudo leva a crer que foi por causa de uma hérnia que estrangulou, fazendo com que ele perdesse muito sangue e não resistisse”.

Em seu emocionante texto, Zé Neto enfatiza a importância da visita deste sábado, 2 de novembro de 2024. “Hoje, mãe, eu e minha filha Lívia, descendentes de Lino José, fomos até o local em que ele descansou o ‘sono dos justos’ há quase 40 anos, na companhia de uma testemunha deste fato. Visita que reordenou a ausência e deu lugar a gratidão a Deus porque embora eu não o tenho conhecido, sua história e sua vida não foram esquecidas”, destacou.

Com o título “O LUGAR, A SAUDADE E AS LEMBRANÇAS REORDENADAS”, Zé neto finaliza trazendo à tona o exemplo de vida de seu avô e focando na religiosidade e na fé em Deus, mostrando que o homem justo sempre aguarda a ida para o céu.

“Ele não é apenas uma lembrança. É uma memória reordenada que a partir de hoje tem sentido de vida na minha vida. A emoção de mãe de estar neste lugar é nossa emoção. Emoção de quem reordena saudade em louvor a Deus porque viemos Dele e para Ele voltaremos. A vida dos justos está nas mão de Deus. Nenhum tormento os atingirá”, concluiu.

Fonte: Diário do Sertão


Nenhum comentário: