sábado, 12 de outubro de 2024

APÓS DENÚNCIAS DA BAND GOVERNO INTERDITA LABORATÓRIO ACUSADO DE TER TRANSMITIDO AIDS A PACIENTES TRANSPLANTADOS

Ministério da Saúde interdita laboratório após transmissão de HIV em transplantes no RJ

O Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira (11) a solicitação de interdição cautelar do Laboratório PCS Lab Saleme, em resposta a denúncias de transmissão do vírus HIV a pacientes transplantados no Rio de Janeiro. Até o momento, foram confirmados dois doadores e seis receptores que testaram positivo para o vírus.

A medida inclui a determinação de que todos os testes de doadores de órgãos sejam realizados exclusivamente pelo Hemorio, utilizando a metodologia de teste NAT. Além disso, o ministério ordenou a retestagem do material dos doadores que estão sob investigação.

Em um esforço para garantir a saúde dos pacientes, o ministério também estabeleceu que todos os receptores dos órgãos dos doadores infectados, assim como seus contatos, recebam atendimento especializado adequado.

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) informou que instaurou uma sindicância para apurar os detalhes do caso. A situação foi detectada em 10 de setembro, quando um paciente transplantado apresentou sintomas neurológicos e testou positivo para HIV, apesar de não ter sido infectado antes do procedimento.

Esse paciente recebeu um coração no final de janeiro. A partir dessa descoberta, as autoridades reexaminaram o processo e identificaram dois testes realizados pelo PCS Lab Saleme. A primeira coleta ocorreu em 23 de janeiro deste ano, quando foram doados rins, fígado, coração e córnea, todos com resultados negativos para HIV, segundo o laboratório.

Uma amostra de cada doador é preservada para verificação posterior. A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) conduziu uma contraprova e confirmou a presença do HIV no material. A investigação adicional revelou que os receptores de um rim também testaram positivo para o vírus. A receptora da córnea, que é menos vascularizada, teve resultado negativo, enquanto a receptora do fígado faleceu pouco após o transplante, embora seu estado de saúde já fosse crítico, sem relação com a infecção.

No dia 3 de outubro, outro paciente transplantado apresentou sintomas neurológicos e também testou positivo para HIV, levando a uma revisão dos exames e à identificação de um resultado positivo em uma doadora de 25 de maio deste ano.

A secretária estadual de Saúde, Cláudia Mello, declarou que a primeira ação foi transferir todos os exames de sorologia dos doadores do laboratório para o Hemorio, uma unidade de saúde estadual. “A partir de 13 de setembro, toda doação é encaminhada diretamente ao Hemorio”, afirmou Cláudia, ressaltando que o departamento irá fazer o reteste do material armazenado de 286 doadores.

Fonte: Gazeta Brasil


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