segunda-feira, 23 de setembro de 2024

PROJETOS DO PAC GOVERNO FEDERAL AJUDAM A NÚMEROS POSITIVOS DO CRESCIMENTO NA REGIÃO NORDESTE

Puxado pela indústria e agro, PIB do RN deve crescer acima da média nacional

Impacto positivo esperado para o setor industrial deve ser projetado pelo PAC e pelos segmentos do petróleo e, principalmente, das energias renováveis | Foto: Magnus Nascimento

Com previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,4%, superando a média nacional de 3%, o Rio Grande do Norte poderá ter um salto econômico em 2024, conforme perspectivas divulgadas pelo Banco do Brasil. O avanço é puxado pela produção industrial e do setor de serviços, com destaque para o crescimento de 10,1% no PIB Industrial do Estado, o mais alto da região Nordeste e também acima da média regional de 5%.

Representantes do setor produtivo potiguar expressam otimismo em relação às projeções econômicas para o Estado. Com o comércio e a indústria registrando sinais de crescimento, lideranças destacam a importância de consolidar investimentos estratégicos e aproveitar o momento favorável. As federações das Indústrias (Fiern) e do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (Fecomércio-RN) apontam caminhos para o RN se beneficiar das boas perspectivas.

O presidente da Fiern, Roberto Serquiz, reforça o impacto positivo esperado para o setor industrial, que deve ser projetado pelo PAC e pelos segmentos do petróleo e das energias renováveis. “Tem a ver com o petróleo e as renováveis, mas também com todos os investimentos que estão relacionados no PAC. Temos a expectativa de ter a dragagem do Porto, uma melhoria em toda a parte de apoio, de carregamento. A nova concessionária do aeroporto, a Zurich, está com a expectativa de começar a fazer importação e exportação e o potencial que nós temos com o novo Campo de Pitu”, afirma.

Marcelo Queiroz, presidente Fecomércio-RN, ressalta que a previsão supera até mesmo o período pré-pandemia. “É de extrema importância que o setor industrial apresente avanço, visto que representa cerca de 21% do PIB do RN e no período pré-pandêmico (2017 a 2019) apresentou em média uma queda de 5,1% ao ano. Para tirar proveito desse momento, é essencial direcionar investimentos para infraestrutura, qualificação da mão de obra e inovação tecnológica a fim de impulsionar ainda mais o PIB nos próximos anos”, comenta.

As projeções para o Nordeste dão conta que o setor de serviços também deve ter um desempenho acima da média nacional, com uma projeção de crescimento de 3,8% para a região, contra 3,3% do Brasil. Conforme a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE, o volume de serviços prestados no país cresceu 1,7% em junho de 2024, superando as previsões do mercado, que estimavam um aumento de 0,9% para o mês, segundo dados da Bloomberg. Esse bom desempenho do segmento está associado, entre outros aspectos, ao mercado de trabalho mais aquecido nas regiões.

Queiroz acrescenta que é necessário ampliar investimentos públicos e privados nas áreas de infraestrutura e tecnologia para consolidar o desenvolvimento, mas ressalta que o Estado tem avançado. “O crescimento médio do comércio no Nordeste é de 7,1% no acumulado de 2024 até julho, enquanto o de serviços é de 2,3%. O setor do comércio varejista do RN tem sido bem-sucedido em acompanhar esse movimento, com forte crescimento de 5,5% no mesmo período. Entretanto, o setor de serviços cresceu somente 0,8%, o que se deve a questões pontuais, especialmente no subsetor de transporte e armazenagem”.

Outro destaque do estudo é o desempenho do RN no agro. Apesar de um cenário desafiador para o setor agropecuário no Nordeste, que deverá registrar uma contração de 2,2% em 2024, o Rio Grande do Norte se destaca com previsão de crescimento de 9,8% na área. A performance positiva no setor agropecuário, somada ao forte desempenho industrial, coloca o estado em posição de destaque na recuperação econômica do Nordeste. “Isso pode ser atribuído a diversos fatores, como desenvolvimento sustentável do setor, otimização de processos, mas mostra também uma resiliência do Estado frente a região”, pontua o economista Janduir Nóbrega.

Novo PAC tem influência nas projeções do PIB

Segundo especialistas, o resultado positivo no Estado é impulsionado por políticas públicas, como o Novo PAC, e por iniciativas do programa Nova Indústria Brasil (NIB), que vem mapeando cadeias produtivas e estabelecendo metas de longo prazo para estimular o desenvolvimento industrial. A perspectiva é que o Rio Grande do Norte continue a atrair investimentos e ampliar sua participação no cenário nacional, tanto na indústria quanto nos serviços.

O economista Janduir Nóbrega destaca a importância do crescimento produtivo para a economia local. “Quando a gente fala projeções do PIB, nós estamos falando de produção. O RN vai gerar mais resultado, mais produção do que o ano passado. Se você tem um momento econômico, em que está se desenvolvendo o aumento da produtividade, esse aumento deverá ser o balizador da geração de emprego, da distribuição de renda e do aumento da própria renda, consequentemente vai melhorar a arrecadação do Estado”, explicou.

De acordo com o chefe da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Danilo Cabral, os resultados alcançados pelo Estado são fruto de um conjunto de fatores, como investimentos em infraestrutura e programas de incentivo ao crescimento sustentável. “Esse resultado positivo é reflexo das políticas públicas e dos investimentos que estão em andamento na região, como o Novo PAC. Há uma série de oportunidades no Nordeste que poderão promover a redução das desigualdades e um crescimento sustentável da nossa economia”, afirmou.

RANKING

Desempenhos de estados Brasileiros

Maiores previsões de crescimento do PIB em 2024

Paraíba 6,8% - Tocantins 5,8%A - Amapá 5,8%R - Rondônia 5,2%R - Rio Grande do Norte 4,4%Pará 4,4% - Roraima 4,2% - Ceará 4,2% - Maranhão 4,1% - Distrito Federal 3,8% - Pernambuco 2,8% - Sergipe 2,6% - Bahia 2,5% - Alagoas 1,8%

Brasil 3%

Nordeste 3,4%

Maiores crescimento por setor

Indústria 10,1%

Agropecuária 9,8%

Fonte: Banco do Brasil


Nenhum comentário: