terça-feira, 24 de outubro de 2023

RIO DE JANEIRO EM CHAMAS: NÓS TEMOS A NOSSA GUERRA - MILICIANOS DESAFIAM O ESTADO

Milícia transforma o Rio em zona de guerra

Cidade sitiada, cenas de guerra. De terror. Esse foi o cenário que a milícia impôs ontem em ao menos sete bairros da Zona Oeste do Rio de Janeiro, que abrigam uma população de cerca de 1 milhão de pessoas. Os ataques a 35 ônibus e um trem foram em represália à morte de Matheus da Silva Rezende, conhecido como Teteu e Faustão, em uma operação policial em Santa Cruz. Ele era o número dois da milícia comandada por seu tio Zinho, na comunidade Três Pontes. As ações da milícia levaram ao maior número de coletivos incendiados na história da cidade, segundo a Rio Ônibus. Um vídeo mostra um homem ateando fogo em um ônibus ainda com passageiros dentro. Várias estações do BRT ao longo da Avenida das Américas, que começa na Barra da Tijuca, foram incendiadas. Veículos particulares e pneus também foram postos em chamas, fechando a entrada para diversos bairros e bloqueando a Avenida Brasil, uma das principais vias da capital. Com o caos no trânsito e a paralisação dos serviços, muitos trabalhadores voltaram para casa a pé. Além disso, as aulas foram suspensas para mais de 17 mil alunos dos bairros afetados.

O governador Cláudio Castro (PL), que parabenizou a Polícia Civil pela morte do miliciano, classificou os ataques como “ações terroristas” e prometeu capturar três chefes do crime da região, conhecidos como Zinho, Tandera e Abelha, este último apontado como líder do Comando Vermelho. A Polícia Militar prendeu 12 suspeitos de envolvimento nos ataques e Castro afirmou que todos eles serão enviados a presídios federais. Já o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que o governo vai ampliar as forças federais no Rio.

Bernardo Mello Franco: “Quem assistiu às cenas desta segunda-feira, filmadas por helicóptero e transmitidas ao vivo na TV, verificou com os próprios olhos a ausência do poder público. Enquanto os ônibus pegavam fogo, moradores se arriscavam a poucos metros das chamas para chegar em casa. Não apareciam policiais, bombeiros ou guardas de trânsito para proteger a população, apagar os incêndios e isolar as ruas afetadas.”.

Fonte: O Globo/g1.com


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