quinta-feira, 10 de agosto de 2023

ASSASSINATO DE CANDIDATO À PRESIDÊNCIA DO EQUADOR

Quem era Fernando Villavicencio, candidato à presidência morto no Equador

O político se apresentava como um combatente à corrupção e ao narcotráfico, e tinha como slogan de campanha 'É hora dos corajosos'

Candidato à presidência do Equador, Fernando Villavicencio foi assassinado, na noite desta quarta-feira (9/8), após sair de um comício na região norte da capital Quito. Fernando tinha 59 anos e era jornalista investigativo. Candidato por uma coligação formada por partidos de centro e de centro-esquerda, o político se declarava defensor das causas indígenas e dos trabalhadores, tendo atuado por anos como líder sindical.

Villavicencio foi membro da Assembleia Nacional do Equador entre 2021 e 2023 — um cargo referente ao deputado federal brasileiro —, eleito por uma coligação entre o Partido Socialista Equatoriano e o Movimiento Concertación. Neste ano, disputava às eleições presidenciais pela coligação Movimiento Construye, no pleito marcado para 20 de agosto. 

Uma das principais propostas de Villavicencio era o Plano Nacional Antiterrorista, voltado ao combate do narcotráfico, mineração ilegal, corrupção e propina, ligadas entre si e à política. O Equador tem enfrentado nos últimos anos um aumento do crime relacionado ao tráfico de drogas, o que quase dobrou a taxa de homicídios para 25 por 100.000 habitantes em 2022.

Villavicencio era um dos oito candidatos que disputariam o primeiro turno, e aparecia em quinto lugar nas pesquisas eleitorais. O slogan da campanha dele era a frase "É hora dos corajosos".

Como jornalista, Fernando foi responsável por revelar casos de corrupção no governo do Equador. Em uma das matérias, ele acusou o ex-presidente Rafael Correa de crimes contra a humanidade. Na época, Fernando foi condenado a 18 meses de prisão, em 2014, acusado de injúrias contra Correa.

Villavicencio chegou a receber asilo político no Peru e acusou o ex-presidente de perseguição. Ele continuou fazendo reportagens sobre corrupção e ganhou destaque com o caso de um suposto prejuízo milionário ao Equador com a venda de petróleo para a China e a Tailândia.

Autor de 10 livros, Villavicencio saio do jornalismo para seguir carreira política. Fernando deixa cinco filhos.

Fonte: Correio Brasiliense


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