Aura Minerals confirma construção de mina para exploração de ouro no Seridó do RN
A mineradora Aura Minerals realizou, nesta quarta-feira (31), a cerimônia de lançamento da pedra fundamental da mina de ouro Borborema, localizada no município de Currais Novos, na região Seridó do Rio Grande do Norte. É o segundo projeto greenfield (realizado do zero) da companhia. A estimativa é de que mais de R$ 500 milhões sejam investidos durante a construção da mina, com expectativa de que produza 80 mil onças (unidades de massa) por ano. Uma onça equivale a R$ 9.747,32.
A informação foi confirmada por Rodrigo Barbosa, CEO da mineradora Aura Minerals. Ainda de acordo com ele, 2.900 empregos diretos e indiretos devem ser gerados durante o pico de demandas da obra. A construção da planta (que abrange toda a estrutura e também as subestações de água) deve ser iniciada a partir de junho e concluída no fim de 2024. Ainda de acordo com o CEO, todo o complexo de mineração deve começar a operar em meados de 2025. “Nesse período, devemos ter todos o período de ramp-up do local (termo inglês que pode ser traduzido como aceleração ou alavancagem)”, afirmou. O CEO concluiu que a meta é tornar a mineradora uma das maiores do país.
De acordo com o CEO da Aura Minerals, o interesse pela região de Borborema veio no fim de 2019, quando a empresa tomou conhecimento de um projeto criado pela australiana "Big River". Segundo Rodrigo, a instituição privada tinha pesquisas avançadas, mas em função da pandemia e de outros fatores, não havia mais recursos disponíveis para a empresa, que não pode implementar a ideia.
Após iniciar e concluir os estudos da área em 2020, a empresa realizou um processo de aquisição do projeto, que foi concluído no segundo semestre do ano passado. "A gente já tinha detectado que a região de Currais Novos apresenta uma geologia favorável ao ouro, uma mão de obra qualificada. A nossa estratégia está em desenvolver projetos para viabilizar a operação", relatou.
Segundo Barbosa, a mineradora utilizará vários métodos e equipamentos avançados, para que seja possível absorver o ouro, que é praticamente invisível. Além disso, se somando as clássicas perfurações no solo para a obtenção do mineral, serão usadas imagens de satélite e drones para realizar o mapeamento geofísico e computadores de alta tecnologia computar as imagens. “As pepitas de ouro já foram exploradas no passado, e parou porque é invisível a olho nu, o que o torna mais difícil de ser encontrado", relatou. Após a extração do ouro, ele será fundido e transformado em uma barra rústica de ouro. "Uma tonelada de material irá virar uma grama de ouro", relatou.
Segundo o presidente da Aura Minerals, houve a preocupação, por parte da mineradora, de não utilizar a água do abastecimento da população durante a implementação da planta da mina. A solução para a situação foi a viabilização do processamento da água de esgoto que, ao ser tratada, perde resíduos contaminantes e pode se reutilizada. O processamento da água será realizado em parceria com o Governo do RN. “É uma região carente de um maior abastecimento de água e que já teve quadros de seca ao longo dos anos. Não queríamos disputar água com a agricultura, então adaptamos a nossa operação para utilizar essa água”, disse.
Além disso, o CEO explicou que a água usada será reutilizada, através de uma tecnologia adequada. “Toda a água será reutilizada e voltará para o sistema. O único tipo de água que vamos repor, de maneira externa, é aquela que evapora naturalmente no processo. Para complementar, a mina utilizará poços artesianos dentro do próprio terreno e captação da água da chuva”, relatou.
Ainda de acordo com o presidente da empresa, outra ideia de impacto positivo a ser implementada pela empresa é a diminuição da desertificação, que é ativa na região, apoiando com tecnologias e recursos financeiros. “Sabemos que no fim, isso irá gerar renda para rodos lá na frente”, afirmou.
As condições favoráveis a mineração, apresentadas pelo solo da região, animam. Barbosa ressaltou que as regiões de Currais Novos e adjacências são promissoras para a formação do ouro. Quanto a empregabilidade, ele explicou que o número de contratações a serem realizadas durante a operação da mina será confirmada posteriormente. “Em todas as decisões que tomamos, buscamos ter um olhar para o meio ambiente, a comunidade local e os nossos próprios funcionários”.
NÚMEROS
R$ 500 milhões - É o investimento estimado na obra da mina Borborema.
2.900 - É a quantidade de empregos que podem ser gerados através da construção da mina.
80 mil - É a expectativa, por parte da mineradora, da quantidade de onças a serem produzidas por ano.
Fonte: Tribuna do Norte
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