Fraudes na história
O caso das Lojas Americanas não é um episódio sem igual. Com efeito, o Brasil tem história para contar em casos de fraude nos balanços de empresas.
Um dos primeiros exemplos desse tipo que se tem notícia, com sordidez semelhante, é o da liquidação do Banco Territorial e Mercantil de Minas Gerais, em 1891. A instituição financeira tinha sede em Juiz de Fora, e deixou vários credores sem receber, pois fazia lançamentos fraudulentos em seus balanços:
1. atribuindo dividendos onde não existia;
2. constituindo falsos fundos de reserva;
3. omitindo títulos depreciados;
4. cotando arbitrariamente fundos públicos;
5. lançando saldos de caixa imaginários.
Qualquer semelhança é mera coincidência. No caso de 1891, os diretores do banco foram severamente punidos. Um foi condenado a cinco anos de cadeia, e outro a quatro anos. Houve apelação, mas foi mantida a decisão. Só mais tarde, por meio de revisão de criminal, na qual atuou o advogado Rui Barbosa, apenas um dos diretores teve a sentença anulada, mas apenas para que se desse novo julgamento na cidade mineira.
Como se vê, há 130 anos nossa Justiça era implacável. Veremos a contemporânea como se porta.
Fonte: migalhas.com
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