terça-feira, 24 de janeiro de 2023

AÇÕES DENTRO DO EXÉRCITO BRASILEIRO CONTRA OS ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS IRÃO ANDAR COM NOVO COMANDO

Com Exército sob novo comando, generais apostam em início rápido de apuração contra militares em atos golpistas

Visto como 'legalista', 'cumpridor de normas' e 'discreto', Tomás Ribeiro Paiva é avaliador como capaz de avançar em sindicâncias e inquéritos, afirma oficiais .

Generais que conhecem o novo comandante do Exército, Tomás Ribeiro Paiva, apostam que ele não vai demorar a abrir discussões internas contra militares que participaram das invasões ao Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal ( STF ). A necessidade de apuração foi expressa pelo presidente Luiz Inácio  Lula  e tornou-se uma das razões do desgaste que culminou  na saída de Júlio Cesar de Arruda da chefia da Força .

Em conversas no generalato logo após o anúncio da troca — Paiva estava à frente do Comando Militar do Sudeste —, o novo comandante foi avaliado como “legalista”, “cumpridor de normas” e “discreto”. Na semana passada, em uma cerimônia militar, Paiva fez um discurso enfático em “respeito ao resultado das urnas”.

— Eu não tenho dúvida nenhuma de que ele vai mandar apurar todos os atos atentatórios à disciplina, abrindo inquéritos e sindicâncias. Quem cometeu transgressão disciplinar vai ser punido à luz do regulamento do Exército ou responder por crime, se for crime. Se for crime militar, vai responder na Justiça Militar. Se for crime comum, na Justiça comum. Ser militar é ser profissional — disse ao GLOBO o general Juarez Cunha, que presidiu os Correios e foi demitido pelo então presidente Jair Bolsonaro em junho de 2019.

O general Paulo Chagas segue a mesma linha e diz que o novo comandante do Exército cumprirá as punições necessárias. O oficial lembra o caso do ex-ministro Eduardo Pazuello, que, enquanto ainda estava na ativa, foi um ato a favor de Bolsonaro. Apesar de contrariar a norma do Exército, o episódio não rendeu punição, o que provocou um enorme desgaste à Força.

— Sobre os militares da ativa ou da reserva que, porventura, cometeram crimes ou transgressões disciplinares nas manifestações do dia 8, o traje das Forças Armadas é julgado com isento cada caso e punir de acordo com os regulamentos e códigos militares. Não acredito que seja diferente agora, embora, aparentemente, possa ter ocorrido um precedente no caso do general Pazzuello.

Fonte: O Globo


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