segunda-feira, 18 de outubro de 2021

PALCO DA CPI DA COVID SERVE PARA ELEIÇÕES 2022

Após embates na CPI da Covid, senadores se preparam para batalhas eleitorais em 2022

Os capítulos finais da CPI da Covid, cujo relatório final deve ser apresentado nesta segunda-feira (18), devem marcar o apagar dos holofotes para membros da comissão e virar a chave para as duras batalhas que os senadores devem enfrentar na eleição do próximo ano.

Dos 11 titulares da CPI da Covid, 8 serão candidatos em 2022. Dois deles disputam a reeleição. Outros seis, em meio de mandato, miram voos mais altos: são pré-candidatos a governador.

Entre os que vão concorrer à reeleição está o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD). Ele disputará um novo mandato no Senado em situação adversa, cenário oposto ao de 2014, quando foi eleito com forte respaldo popular após cinco anos como governador do Amazonas.

Antecessor de Omar Aziz no governo do Amazonas, Eduardo Braga quase sucumbiu à onda antipolítica de 2018, mas conseguiu retornar ao Senado na segunda vaga com uma diferença de pouco mais de 25 mil votos para o terceiro colocado.

Três anos depois, seu objetivo é voltar ao governo do Amazonas. Começou a percorrer o estado inaugurando obras financiadas com emendas parlamentares e fazendo articulações com prefeitos.

Dentre os demais membros da CPI, além de Aziz, apenas o senador Otto Alencar, do PSD da Bahia, também concorrerá à reeleição em 2022. Mas este tende a ter um caminho de menos percalços.

Com uma sólida base no interior da Bahia, onde o partido tem 1 de cada 4 prefeitos, Otto fará parte da chapa capitaneada pelo senador Jaques Wagner (PT), pré-candidato ao governo.

Com um perfil incisivo na CPI, o senador ganhou notoriedade e viu crescer o número de seguidores nas redes sociais. Aproveitou o período em evidência para anunciar apoio ao ex-presidente Lula (PT) mesmo se o seu partido tiver candidato à Presidência.

Além de Eduardo Braga, outros cinco membros da CPI estão em meio de mandato e devem ser candidatos a governador.

Vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede) será candidato ao Governo do Amapá. Com atuação de destaque na comissão, onde protagonizou duras críticas ao governo Bolsonaro, o senador passou a ser assediado pelo PDT.

A aproximação, contudo, esbarra no cenário local: Randolfe faz oposição acirrada ao governador Waldez Góes (PDT). Nacionalmente a migração para o PDT é estimulada pelo presidente do partido, Carlos Lupi.

Dentre os 4 senadores da CPI da Covid alinhados a Bolsonaro, 2 se destacam pela defesa enfática do presidente na comissão e ganharam pontos com o Planalto.

Pré-candidato ao Governo de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL) protagonizou discussões ásperas com o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL).

Também atuou como uma espécie de anteparo na CPI para um potencial aliado em seu estado: o empresário bolsonarista Luciano Hang, cotado para concorrer a uma vaga no Senado.

Com esses movimentos, se cacifou como principal aliado de Bolsonaro em Santa Catarina. Deve ter primazia junto ao núcleo duro do bolsonarismo, que começa a abandonar o barco do governador Carlos Moisés (sem partido).

O cenário é parecido em Rondônia, estado com viés bolsonarista que viu o senador Marcos Rogério (DEM) se tornar o líder da tropa de choque do presidente na CPI. Ele avalia ser candidato a governador.

Também são pré-candidatos aos governos de seus estados os senadores Eduardo Girão (Podemos), do Ceará, e Luis Carlos Heinze (PP), no Rio Grande do Sul.

O outro cearense membro da CPI da Covid, senador Tasso Jereissati (PSDB), não deve concorrer a cargos eletivos em 2022. Ele deve deixar a política após 36 anos.

Fonte: Folha Press


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