Imagem de Aluízio na época do acidente
Tragédia do Baldo: após 37 anos do crime, motorista que matou 19 foliões em Natal é preso
Era por volta das 0h50 da madrugada do dia 25 de fevereiro de 1984, quando o Carnaval na cidade de Natal terminou em tragédia. O motorista de ônibus Aluízio Farias Batista, da empresa Guanabara, atropelou integrantes e acompanhantes da banda Puxa Saco, que desfilavam pela avenida Rio Branco, logo após o viaduto do canal do Baldo. Ao todo, 19 pessoas morreram e 12 ficaram gravemente feridas. Passados quase 37 anos da tragédia, o autor do crime ainda permanecia foragido. Até que, nesta terça-feira (26), o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar conseguiu prender o homem suspeito de ser o motorista que provocou o atropelamento.
Conhecido como Tragédia do Baldo, o caso é bastante emblemático e ganhou destaque nacional devido à impunidade que perdurou durante tantas décadas. De acordo com as investigações, Aluízio teria atropelado propositalmente os foliões que circulavam mais precisamente na parte mais baixa de uma ladeira, uma espécie de divisão entre a avenida Coronel Estevam, no bairro do Alecrim, e a avenida Rio Branco, no bairro da Cidade Alta. Segundo relatos, o motivo da fúria teria sido o fato do motorista saber que teria que trabalhar além do expediente para transportar integrantes da Escola Malandros do Samba, do bairro do Alecrim até o bairro das Rocas.
Relatos também apontam que o motorista teria se desentendido com alguns componentes da escola de samba que estavam dentro do ônibus. De acordo com a denúncia, Aluízio teria conduzido o veículo em alta velocidade pelo percurso e, no trecho sob o Viaduto do Baldo, ao fazer a curva antes da descida, teria batido a traseira do ônibus, próximo à porta de desembarque, na lateral dianteira de um Volkswagen Fusca, que estava estacionado no canteiro. A batida mudou a trajetória do ônibus, jogando-o para cima do bloco Puxa Saco, que passava naquele momento do outro lado da avenida. Após isso, o motorista fugiu e apareceu novamente somente para prestar depoimento. Em seguida, fugiu novamente, ficando desaparecido pelos últimos 37 anos.
Em depoimento, Dickson Medeiros, que era presidente do bloco naquela época, contou que a avenida se tornou um mar de sangue. O ITEP, em laudo, não encontrou nenhum problema mecânico no ônibus. Porém, no histórico do motorista, havia registros de direção perigosa e de um atropelamento que vitimou uma mulher quatro anos antes.
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) condenou Aluízio Batista a 21 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado pela morte das 19 pessoas. O motorista foi localizado, após 37 anos, pela Polícia Militar do RN, e encaminhado para o sistema prisional. Há um mandado de prisão contra ele com validade até 2029.
Fonte: Jornal da Tropical
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