FIERN APRESENTA PLANO DE RETOMADA DA ATIVIDADE ECONÔMICA A COMITÊ CIENTÍFICO
Plano de retomada gradual da economia do Rio grande do Norte foi apresentado pela FIERN ao comitê científico formado por pesquisadores e professores de diversos setores das Universidades do estado e que tem assessorado o governo estadual na tomada de decisões para o enfrentamento da pandemia de COVID-19 no Rio Grande do Norte.
De acordo com a FIERN, o documento apresentado aos cientistas por videoconferência contém um conjunto de ações, protocolos análises de cenários e prognósticos compilados pela equipe do Mais RN no monitoramento do novo coronavírus no estado.
O assessor técnico de Economia e Pesquisa da FIERN, Pedro Albuquerque, responsável pela apresentação, conta que tem acompanhado os dados divulgados pelos órgãos de saúde e feito projeções que apontam momentos de crise que deverão ocorrer no estado, com o agravamento do quadro de infectados e óbitos, e que indicam a urgência na abertura de leitos de Unidade de Terapia Intensiva. “Os prognósticos buscam alertar o governo de medidas urgentes que precisam ser tomadas, agora, para quando este agravamento ocorrer o estado está melhor preparado”, disse.
Ele lembra que o Plano traz uma Agenda Pública Urgente com medidas previstas para serem concretizadas, propostas para o período de 5 a 20 de maio, como forma de aparelhar as diversas secretarias e autarquias no combate à pandemia e aos efeitos na economia. O documento sugere, sem especificar data e condicionando a retomada à evolução da curva de casos, uma reabertura dividida em três blocos e com adoção de um conjunto de protocolos de funcionamento.
O Plano mostra a tendência de curva de disseminação da COVID-19 e de abertura e ocupação de leitos de UTI como condicionantes a retomada das atividades. E estabelece como cenário ideal para o retorno quando a ocupação dos leitos públicos de UTI estiver entre 50% a 60%.
Pedro afirmou que acompanhando os dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap) que esta semana revelou quenos leitos públicos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes graves com COVID-19 de Natal e Mossoró atingiram a ocupação máxima. “Nossas projeções, indicadores estão calibrados e apontavam, com dados do final de abril, para essa superlotação no dia 14. Ocorre que com 100% dos leitos de UTI ocupados, hoje, não em situação segura”, afirma Albuquerque.
Os prognósticos para o RN, explica o assessor da FIERN, é de que se não houver esforço máximo na aquisição de novos respiradores (para abertura de novos leitos), até o final da semana (entre os dias 16 e 17) a situação pode entrar em colapso. Nessa linha, acrescenta o assessor, com a taxa de isolamento social muito abaixo do recomendado, deve haver um esforço conjunto para manter o isolamento social, o uso de máscaras em qualquer espaço público e a adoção dos protocolos nos ambientes em funcionamento.
“Nosso trabalho não é apontar cenários para no futuro dizer que estava previsto no plano, mas sim apontar cenários e apresentar prognósticos e sugestão de medidas para o planejamento, uma agenda de ações que precisam ser realizadas”, reforça Pedro Albuquerque.
Por outro lado, a partir de informações da Sesap, há previsão de que até o final da semana 62 novos leitos de UTI para pacientes da COVID-19 sejam abertos no RN. “Se isso se confirmar, nossa curva de demanda se estabiliza e fica abaixo dos 80% até por volta do dia 20. Assim, deve existir um plano de novas aberturas de leitos para aquela data. Conforme comportamento da curva,os quase 200 leitos de UTI Covid-19 podem manter o RN numa situação segura”, enfatiza.
Na comparação com outros estados do Nordeste, o RN é considerado um dos mais seguros, tanto no número de óbitos, infectados e letalidade do vírus o que, na análise do assessor da FIERN, coloca o estado numa situação vantajosa para planejar uma saída gradual, planejada e controlada.
O Comitê Científico considerou o trabalho responsável por não ter fixado data para esta reabertura e por trabalhar com os mesmo dados oficiais usados pelo comitê. As condicionantes para a reabertura e ações transversais sugeridas no Plano de Retomada Gradual da Economia, apresentado pelo MAIS RN, também coincidem com os indicadores e pressupostos analisados pelo grupo de cientistas e pesquisadores. O ponto mais importante do Plano, enfatizado pelo Comitê, é a conciliação das agendas econômica e de saúde para apresentar um planejamento mais seguro.
“O que preocupa é o tempo em que as medidas serão adotadas. Precisa ser o mais breve, hoje, fazermos acontecer esse planejamento de uma nova realidade futura para o estado, pois a que está projetada não é boa. Para isso, temos buscado mobilizar o setor empresarial, universidades, governo, federações, forças produtivas para estarmos muito alinhados em torno de uma agenda comum. O objetivo do Plano é trazer todos para um trilho e conciliar as agendas”, destacou Pedro Albuquerque.
O assessor da FIERN lembra que a as ações foram apresentadas também ao governo, que parabenizou a iniciativa, mas ainda está sendo efetivada. “O estado não tem conseguido, de forma rápida, realizar essa agenda”, observa.
O Plano de Retomada Gradual da Economia do RN foi desenvolvido por um grupo multidisciplinar formado, a partir da Sala de Situação do Mais RN, por representantes das Federações do setor produtivo – FIERN, Fecomércio, Fetronor, Faern -, do Sebrae, da AGN, do governo do Estado, com participação de professores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
FONTE: Portal da Tropical
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