quarta-feira, 1 de setembro de 2021

ESTADO PRECISA TOMAR PROVIDÊNCIAS VIOLÊNCIA NO RN SÓ AUMENTA

Atlas da Violência: taxa de homicídios de negros do RN é a maior do País

O Rio Grande do Norte é o estado do Brasil com pior índice proporcional em relação a mortes de negros, de acordo com dados do Atlas da Violência 2021, divulgado nesta terça-feira (31). O estudo foi feito Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública – em parceria com o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) – revelou ainda, que o Estado teve o segundo maior aumento percentual das taxas de homicídios nessa parcela da população em 10 anos, ficando atrás apenas do Acre.

Como a pesquisa retroage dois anos, os resultados trazidos nesta edição do Atlas são referentes aos dados de 2019. A discrepância entre o risco de morte de negros e brancos vem em um patamar elevado ao menos desde 2008, segundo os dados.

A proporção é obtida com a relação do número de mortes de negros por 100 mil habitantes. Nesse índice, o Rio Grande do Norte tem o pior índice proporcional, com 55,6 mortes em relação ao quantitativo de 100 mil pessoas. Para efeitos comparativos, a proporção do Brasil é de 29,2 homicídios/100 mil pessoas. Completam a lista Sergipe (51,5), Amapá (51,1), Bahia (47,2) e Pernambuco (45,3).

Ao longo da última década, o Rio Grande do Norte é uma das 11 unidades federativas que estiveram na contramão nacional e viram a taxa de homicídios de negros subir. O Estado saiu de 27,7 em 2009 para 55,6 em 2019, índice que mais do que dobrou.

Em números absolutos, 1.194 negros foram vítimas de homicídios em 2019 (ano mais recente do estudo), número 95,1% maior do que os 612 negros que morreram dez anos atrás, em 2009. O crescimento percentual em relação aos números absolutos foi uma tendência nacional, porem em percentual bem inferior, com um aumento de 1,6%. O maior aumento percentual foi no Acre, com um crescimento de 168,9% no mesmo período (103 mortes em 2009 contra 277 em 2019).

A análise foi feita com base em registros reunidos pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. Por ter metodologia e abrangência nacional, o banco de dados é historicamente considerado a principal fonte para medir indicadores de violência no País e avaliar o perfil das vítimas.

Fonte: Tribuna do Norte


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