terça-feira, 2 de dezembro de 2025

PROJETO DE PLANTA-PILOTO DE EÓLICA OFFSHORE TERÁ TESTES DE TECNOLOGIAS ADAPTADAS À COSTA BRASILEIRA E TERÁ INVESTIMENTOS NA ORDEM DE R$ 42 MILHÕES



SENAI-RN e DOIS A lançam edital para pesquisa na primeira planta-piloto de eólica offshore do Brasil

O SENAI-RN, por meio do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), e a DOIS A Engenharia e Tecnologia lançaram um edital para investimentos de pesquisa na primeira planta-piloto de energia eólica offshore do Brasil.

O objetivo é desenvolver soluções técnicas e socioambientais relacionadas à atividade, ainda inédita no país. “Este é um projeto de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I) que enxergamos como um marco para o nascimento da indústria de energia eólica offshore no Brasil”, disse Rodrigo Mello, diretor do SENAI-RN e do ISI-ER.

O edital, disponível na Plataforma Inovação para a Indústria, receberá manifestações de interesse até 16 de janeiro. As etapas seguintes incluem avaliação das propostas, reuniões técnicas com empresas pré-selecionadas, divulgação de resultados preliminares, período para recursos e divulgação final até 3 de março. A assinatura dos termos de cooperação e definição do plano de trabalho ocorrerá entre 4 de março e 17 de abril, com início do projeto previsto para 20 de abril.

Projeto e investimentos

A planta-piloto, licenciada previamente pelo Ibama, será instalada no mar de Areia Branca, no Rio Grande do Norte, a 330 km de Natal. O projeto prevê a nacionalização e validação de tecnologias para instalação de turbinas eólicas adaptadas às condições da Margem Equatorial brasileira.

A primeira etapa, que envolve projetos de engenharia e análise de produção, prevê investimento de aproximadamente R$ 42 milhões, com compartilhamento de riscos financeiros, tecnológicos e de conhecimento entre as empresas participantes. O projeto terá duração estimada de três anos.

O modelo adotado é o Joint Industry Project (JIP), que reúne o SENAI-RN, DOIS A e empresas interessadas em desenvolver soluções de construção e logística para fixação de aerogeradores em águas rasas, de até 70 metros de profundidade. A segunda etapa incluirá construção, montagem, comissionamento, testes e validações.

Aspectos socioambientais e participação comunitária

O projeto inclui estudos socioambientais e de impacto comunitário, com participação de moradores e representantes de pescadores artesanais e industriais das regiões de São Cristovão, Ponta do Mel, Areia Branca, Grossos e Tibau.

“Um dos objetivos do piloto é contribuir para que a transição energética se estabeleça de forma justa”, afirma Mariana Torres, pesquisadora do ISI-ER responsável pelos estudos ambientais e socioeconômicos. O monitoramento inclui aspectos físicos, biológicos e sociais, com construção de protocolos participativos de acompanhamento da atividade offshore.

A energia gerada abastecerá o Porto-Ilha de Areia Branca, com a intenção de reduzir o uso de combustíveis fósseis e as emissões de gases do efeito estufa.

Tecnologia e operação

O sistema de implantação seguirá modelo licenciado pela DOIS A, baseado em tecnologia espanhola que permite montar as torres em terra e transportá-las até o mar com rebocadores, sem necessidade de grandes embarcações ou perfuração do fundo marítimo. Serão utilizados fundações do tipo gravity-base, torres telescópicas de concreto pré-moldado e sistemas flutuantes auxiliares para estabilização e transporte das turbinas.

O investimento será rateado entre as empresas participantes, estruturando o projeto como um arranjo cooperativo para enfrentar desafios técnicos, logísticos, regulatórios, financeiros e operacionais da nova indústria de eólica offshore no país.

Fonte: Portal Poti News



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