quinta-feira, 3 de julho de 2025

COM A LIBERAÇÃO DO ALISTAMENTO MILITAR PARA MULHERES AS INSCRIÇÕES EXPLODEM NO BRASIL

Primeiro ano de alistamento feminino nas Forças Armadas registra mais de 33 mil inscrições

Com 1.465 vagas disponíveis, candidatas disputam vagas nas três Forças

O Ministério da Defesa divulgou que o primeiro ano do alistamento voluntário para mulheres nas Forças Armadas brasileiras registrou 33.721 inscrições. O estado do Rio de Janeiro lidera o número de interessadas, com 8.102 cadastros, o que representa cerca de um quarto do total.

Antes restritas a concursos públicos para suboficiais e oficiais, as mulheres brasileiras agora podem manifestar, de forma voluntária, o interesse em cumprir o serviço militar obrigatório, previsto apenas para os homens ao completarem 18 anos. Após o alistamento, as candidatas ainda passarão por quatro etapas: seleção geral, seleção complementar, designação/distribuição e incorporação.

No mesmo período, o público masculino somou 1.029.323 alistamentos. A 2ª Região Militar, com sede em São Paulo, concentrou o maior número: 271.589 inscrições.

A procura feminina surpreendeu já na primeira semana de janeiro, quando 15 mil jovens que completam 18 anos em 2025 se inscreveram, dez vezes mais que o total de vagas oferecidas. Para este ciclo, foram abertas 1.465 oportunidades, distribuídas entre Brasília (DF) e outros 28 municípios de 13 estados.

Até 2024, mulheres podiam integrar as Forças Armadas apenas por meio de concursos públicos. Atualmente, cerca de 37 mil militares do sexo feminino atuam nas três Forças, o que representa 10% do efetivo total. A maioria trabalha nas áreas de saúde, ensino e logística, embora algumas já tenham acesso a cargos combatentes, por meio de seleções específicas.

Neste ano, são oferecidas:

1.010 vagas para o Exército;

300 para a Força Aérea;

155 para a Marinha.

As interessadas devem optar por uma das Forças durante o processo de inscrição, e a escolha será avaliada conforme o perfil e o local de atuação de cada candidata.

As aprovadas devem ser incorporadas entre 2 e 6 de março ou entre 3 e 7 de agosto de 2026. Nessa fase, ocuparão as graduações de soldado ou marinheiro-recruta, podendo ainda desistir do serviço militar.

Segundo o Ministério da Defesa, apenas quartéis com estrutura adequada para receber mulheres participarão da seleção. Estão previstos investimentos de R$ 2 milhões em 2025 para a instalação de equipamentos de reconhecimento facial e câmeras de segurança nos alojamentos. A intenção é reforçar a segurança e prevenir situações de abuso ou assédio sexual.

Além disso, mochilas e coletes serão adaptados à estatura feminina. A Marinha já adota essas medidas em centros de formação como o Ciampa (Centro de Instrução Almirante Milcíades Portela Alves), localizado em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio.

A capitã de mar e guerra Eliane Rocha informou que a instituição está reforçando ações preventivas. “Hoje nós desenvolvemos palestras de prevenção junto às organizações militares. Estamos investindo ainda um pouco mais nos canais de ouvidoria para recebimento de denúncias e, especialmente, nos espaços de acolhimento, promovidos por profissionais de serviço social e de psicologia”, afirmou.

Critérios para inscrição:

Ter 18 anos completos em 2025 (nascidas em 2007);

Residir em um dos municípios contemplados com vagas;

Apresentar certidão de nascimento ou prova de naturalização;

Ter comprovante de residência e documento oficial com foto (como identidade ou carteira de trabalho).

Fonte: O Poti News



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