quarta-feira, 23 de abril de 2025

ESPECIALISTA EM CONSERVAÇÃO DE AFRESCOS PASSA VINTE ANOS PARA RESTAURAR 'A ÚLTIMA CEIA' DE LEONARDO DA VINCI

"Jesus tinha perdido parte de sua humanidade, de sua beleza" - Pinin Brambilla especialista em conservação de afrescos

Quando a italiana Pinin Brambilla, uma das maiores autoridades mundiais na conservação de afrescos renascentistas, viu A Última Ceia pela primeira vez, ela "não pôde acreditar no estado em que a obra se encontrava".⁠

"Não dava para ver a pintura original, estava completamente coberta por gesso e mais tinta. Havia cinco ou seis camadas por cima. Tive que me perguntar se era mesmo um Leonardo, porque estava completamente irreconhecível."⁠

Era 1977 e Brambilla — que faleceu em 2020 — havia assumido o desafio de restaurar a grande obra de Leonardo da Vinci, comissionada pelo duque de Milão Ludovico Sforza há mais de 500 anos.⁠

Desde que Da Vinci terminou a obra em 1498, "seis restauradores trabalharam nela. Cada um deles mudou a fisionomia, as características e as expressões dos apóstolos", contou Brambilla à BBC em 2016.⁠

Jesus, embora não tão alterado, "tinha perdido parte de sua humanidade, de sua beleza", disse Brambilla.⁠

"O que buscamos com nossa restauração foi recuperar o caráter de cada indivíduo. E isso foi muito emocionante", explicou.⁠

Em 1999, após pouco mais de duas décadas, quando já tinha mais de 70 anos, ela deu a tarefa por concluída.⁠

Fonte: BBC Brasil


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