terça-feira, 24 de dezembro de 2024

COM O ACIDENTE AÉREO EM GRAMADO NESTE FINAL DE SEMANA CHEGA A DOBRAR EM RELAÇÃO A 2024 ESTE TIPO DE SINISTRO NO BRASIL

Número de mortes em acidentes aéreos aumenta 92% em 2024 e é o maior dos últimos 10 anos

O acidente aéreo ocorrido neste domingo (22), em Gramado, que resultou na morte de 10 pessoas, tornou-se o segundo maior do Brasil em 2024 e o mais letal envolvendo aviões de pequeno porte. A única tragédia com maior número de vítimas neste ano foi a queda do avião da VoePass, em agosto, que deixou 62 mortos.

Com o novo incidente, o total de vítimas fatais em acidentes aéreos no Brasil em 2024 chegou a 148, representando um aumento de 92% em relação ao ano anterior e configurando o maior índice desde 2014, quando a série histórica do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) teve início.

Os dados do Cenipa indicam que este foi o 41º acidente com mortes registrado no ano. Em grande parte dos casos, apenas o piloto perdeu a vida. A tragédia em Gramado é a sétima queda de avião em 2024 com pelo menos cinco mortos e a segunda a alcançar 10 vítimas.

Outros dois acidentes, ocorridos em Manoel Urbano (AC) e Itapeva (MG), resultaram em sete mortes cada. Em outubro, uma queda em Ouro Preto vitimou seis pessoas. Além disso, duas tragédias deixaram cinco mortos: uma em Paraibuna (SP), também em outubro, e outra em Apiacás (MT), em agosto.

As 148 mortes registradas neste ano representam um recorde na série histórica do Cenipa. Em 2014, primeiro ano da série, foram contabilizadas 83 vítimas fatais. Apenas em 2016 o número ultrapassou 100, atingindo 104 mortes. O total de 2024 já supera em 42% o segundo maior registro da história. Mesmo sem considerar as 62 vítimas do acidente da VoePass, o ano ainda seria o segundo mais letal, com 86 mortes.

Apesar do aumento no número de fatalidades, o total de acidentes com mortes não é o maior já registrado. Os 41 casos de 2024 representam um crescimento de 36% em relação a 2023, mas números maiores foram observados em 2015, com 47, e em 2016, com 45.

A maior parte dos acidentes deste ano ocorreu em voos de aviação privada, categoria que concentra 22 incidentes fatais. Outros sete envolveram voos agrícolas, enquanto operações de instrução, policiais e experimentais aparecem em menor número. Apenas a tragédia de Vinhedo (SP) envolveu um voo comercial regular.

São Paulo lidera em número de acidentes fatais, com 11 ocorrências, seguido por Mato Grosso, Pará e Minas Gerais, cada um com cinco casos. A causa mais comum foi a perda de controle em voo, responsável por 13 acidentes. Problemas mecânicos, como falhas ou mau funcionamento do motor, provocaram sete quedas. Dez casos ainda estão sob investigação.

No acidente em Gramado, a aeronave, que havia decolado de Canela às 9h15 com destino a Jundiaí (SP), caiu após colidir com a chaminé de um prédio. Na sequência, atingiu o segundo andar de uma residência e caiu sobre uma loja de imóveis. Destroços também alcançaram uma pousada, onde hóspedes foram afetados pela fumaça do incêndio causado pela queda.

A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que investigadores da área de Canoas (RS) foram mobilizados para apurar as causas do acidente. Simultaneamente, a Polícia Civil realiza a coleta de dados e investiga os fatores que levaram à tragédia. Segundo o perito Valmor Gomes, a retirada de partes estruturais da aeronave, como a fuselagem, será fundamental para o avanço das investigações, mas a remoção depende da estabilização do local, que permanece isolado desde a manhã de domingo.

Gomes destacou que uma equipe da Divisão de Porto Alegre está utilizando um equipamento de scanner 3D para realizar um levantamento detalhado, que subsidiará a Polícia Civil na condução do inquérito. O acidente ocorreu na Avenida das Hortênsias, uma das principais vias da cidade, que concentra grande fluxo de turistas neste período devido às celebrações natalinas, como o Grande Desfile de Natal, tradicional parada de carros alegóricos e apresentações temáticas.

Fonte: Gazeta Brasil


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