terça-feira, 19 de setembro de 2023

BREVE HISTÓRICO DO CRUZEIRO DA 'SANTA CRUZ' EM CEARÁ-MIRIM

Ceará-Mirim Vale de Cultura - O Cruzeiro da Origem de Ceará-Mirim

Ceará-Mirim já teve um belo cruzeiro erguido no cruzamento das principais estradas que davam acesso a Natal, Extremoz, Jacoca e ao Sertão, cujo lugar se chamava Boca da Mata conforme descreve o professor Dr. Guilherme Luiz Barbosa de Queiroz, no Caderno 01 do Projeto Reviver.

“Entre as habitações de Manoel Leopoldo e Francisco Bernardo, cruzavam-se as duas estradas, uma que ia de Natal a Extremoz para o Sertão, e outra que vinha de Jacoca para os engenhos da margem esquerda do vale e Praias do norte” - (QUEIROZ, Guilherme Luiz Barbosa, pag.02.Caderno 01 Projeto Reviver, Prefeitura de Ceará-Mirim/RN, 1993).

Era um local estratégico do ponto de vista econômico, onde, além das residências senhoriais, foram construídas pequenas casas de comércio, como a do comerciante Luciano Cabral, para vender aguardente, frutas e uma variedade de outras mercadorias que eram adquiridas aos mascates. O local tornou-se tão promissor, que logo outros comerciantes foram se estabelecendo como Manoel Medeiros, Antônio José Victorino e Francisco velho.

O Cruzeiro foi erguido no dia 03 de maio de 1850, oito anos antes de acontecer a transferência da sede da Vila de Extremoz para a Vila do Ceará-Mirim. Esse cruzeiro além de ser o marco cristão católico, foi no seu entorno que teve início a Festa da Invenção da Santa Cruz e o processo de povoamento das primeiras ruas do Ceará Mirim.

Trinta anos se passaram, até que, em 1880, o Cruzeiro foi transferido para a praça em frente a Matriz de Nossa Senhora da Conceição e mesmo ali, onde hoje temos a Praça Barão de Ceará-Mirim, a cada dia 03 de maio, acontecia a “Festa da Invenção da Santa Cruz”, atraindo a cada ano que passava um maior número de devotos e fiéis, chegando até, a ultrapassar a Festa da Padroeira.

. O povão encontrou na Festa da Invenção da Santa Cruz, o seu lugar para louvar a Deus na sua simplicidade e humildade. A festa era organizada pelo senhor Miguel André de Lima a quem todos chamavam de “Miguel gato” e tinha fogueteiro por profissão, e mantinha sua oficina de fogos, na praça ao lado da matriz, que tem o nome de Praça Monsenhor Celso Cicco. Miguel Gato morreu em seu local de trabalho, devido a uma explosão em sua fábrica de fogos que destruiu tudo.

Seu Poti conseguiu com a ajuda do comerciante Francisco Correia (Chico Correia), angariar recursos financeiros e mandou fazer uma réplica da cruz original. No pedestal, enterrada, estão os restos da cruz primeira que deu origem à nossa cidade.

No ano de 1993, a então Prefeita Therezinha Mello fez o tombamento da Santa Cruz, através de um Decreto Municipal, tornando o Cruzeiro monumento arquitetônico, cultural e religioso do povo ceará-mirinense.

Fonte: Professor Gerinaldo Moura


Nenhum comentário:

Postar um comentário