segunda-feira, 21 de agosto de 2023

MÉDICOS FORMADOS EM CUBA/VENEZUELA/BOLÍVIA LIDERAM REPROVAÇÕES NO REVALIDA

Venezuela, Bolívia e Cuba lideram cursos com médicos reprovados no Revalida

Médicos brasileiros formados em Venezuela, Bolívia, Cuba e Paraguai têm o maior percentual de reprovação na primeira fase do Revalida, prova que reconhece a formação estrangeira para atuação de médicos no Brasil.

O levantamento foi feito pela Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) e pela AMB (Associação Médica Brasileira), em complemento ao estudo Demografia Médica no Brasil — que teve sua última edição divulgada em fevereiro. 

O que diz o estudo

A pesquisa separou por faculdades a quantidade de médicos (brasileiros e estrangeiros) que fizeram a prova do Revalida em 2023. Na contagem média, foram consideradas apenas as escolas com pelo menos 40 egressos de cursos.

Origem das informações: os dados foram coletados no portal do Revalida do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) e por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação). O autor do estudo é o professor e pesquisador Mário Sheffer, da Faculdade de Medicina da USP.

É preciso olhar não só para o desempenho dos indivíduos, mas para a origem do diploma e a qualidade do curso de graduação estrangeiro.

"O alto índice de reprovação não pode ser atribuído apenas ao grau de dificuldade da prova, pois reiteradamente nas últimas edições do Revalida algumas escolas se saem piores do que outras." - Mário Sheffer, professor da Faculdade de Medicina da USP.

Média de reprovação por país de origem do curso:

Venezuela: 94,6% (92 médicos fizeram a prova, e 87 foram reprovados)

Bolívia: 93,5% (3.099 médicos fizeram a prova, e 2.898 foram reprovados)

Cuba: 90,7% (300 médicos fizeram a prova, e 272 foram reprovados)

Paraguai: 85,6% (2.707 médicos fizeram a prova, e 2.318 foram reprovados)

Rússia: 83,9% (62 médicos fizeram a prova, e 52 foram reprovados)

Argentina: 64,4% (592 médicos fizeram a prova, e 381 foram reprovados)

A média geral de reprovação foi de 87,3%. Estão citados apenas países que tiveram mais de 40 formados inscritos.

Sem vestibular e cursos mais baratos. Brasileiros são atraídos para estudar medicina em faculdades de outros países que não fazem vestibular para acesso e cobram mensalidades mais baixas. Enquanto no Brasil cursar medicina pode custar mais de R$ 10 mil por mês, faculdades na Bolívia, por exemplo, cobram a partir de R$ 600 de um brasileiro. Há vários sites que indicam caminhos e oferecem serviços de ajuda aos interessados.

O levantamento mostra que 84% dos brasileiros que tentaram a primeira etapa do Revalida em 2023 se formaram na Bolívia (44,8% do total) e no Paraguai (39,1%).

Brasileiros x estrangeiros

Uma das novidades do levantamento é a separação de dados entre brasileiros e estrangeiros que fizeram a prova. Em 2023, dos 6.917 brasileiros que fizeram a primeira etapa do Revalida, 6.052 foram eliminados (87,5%). Já entre os estrangeiros, foram 2.265 candidatos, com 1.961 reprovados (86,6%).

Para Scheffer, o dado deve servir de alerta ao governo Lula. O novo Mais Médicos abre uma possibilidade (não executada) de chamar profissionais intercambistas que não tenham passado pela revalidação para atuação no Brasil.

Fonte: terrabrasilnoticias.com


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