quinta-feira, 13 de abril de 2023

COM O FIM DA GREVE DOS PROFESSORES MOSTROU-SE A VITÓRIA DOS SEGUIDORES DO PETISMO RAIZ NO SINDICATO

O grande derrotado da greve dos professores do RN

A greve que professores vinham promovendo no começo do 5º ano da gestão de Fátima Bezerra vinha impondo um desgaste à governadora por razões óbvias.

O Sinte foi o sindicato onde a luta de Fátima Bezerra a projetou até chegar a cadeira que ocupa. 

Se fosse possível explicar a vocês de outra forma, eu o faria, mas não consigo obter analogia melhor, dado o momento que o pais atravessa, senão a que segue: a atual direção do Sinte é ligada ao que podemos chamar da 'ala de direita do PT'.

É dessa ala que fazem parte a governadora Fátima Bezerra e o deputado Fernando Mineiro, os conservadores petistas.

Já a base do Sinte e a oposição estão mais ligadas ao PSOL e PSTU. Foi esse grupo que vinha conseguindo formar a maioria nas assembleias e negar as propostas que eram apresentadas pela secretária de Educação, Socorro Batista.

A perda do combate

Quem dirige o Sinte é o grupo da sindicalista Fátima Cardoso. O coordenador atual é o professor Bruno Vital. A ligação desse grupo com o PT é pública.

Uma das expressões desse vínculo, por exemplo, foi o título de cidadã natalense que Fátima Cardoso recebeu da Câmara Municipal de Natal, proposto pela então vereadora Divaneide Basílio, hoje deputada estadual pelo PT.

Enfrentar o PT, portanto, seria um dilema para a direção do Sinte. Por um lado, não poderiam deixar de representar a categoria. Por outro, eram amigos e parceiros que seriam cobrados. 

Essa dubiedade se fez refletir na perda do espírito combativo, pois o Sinte passou a adotar postura diferente de outros enfrentamentos.

'Deixa disso'

A percepção de que os dirigentes atuavam num discreto 'deixa disso' sobre a greve começou a tomar corpo quando a agenda de mobilizações foi notada: tradicionalmente, professores em greve tinham ações frequentes de mobilizações, mas a atual greve dos professores estava sendo marcada pela ausência nas escolas e mobilizações mais discretas.

Em quase 40 dias de greve, a mais expressiva movimentação foi a que antecedeu o fim do movimento.

Para a base do sindicato, os episódios que mais aproximaram a direção do Sinte de subserviência e de se afastar de seu propósito de lutar pela categoria se deu nos eventos que envolveram diretamente a governadora do Estado e no estudo do Dieese.

Com a governadora, o caso se tratou de proposta em que ela atuava diretamente nas negociações, e não mais a secretária Socorro Batista.

'Quando a governadora entrou, a postura da direção foi de levar a proposta dela para a assembleia defendendo a ideia do governo logo de cara. Não é algo exatamente comum no movimento sindical dirigente abraçar assim a ideia do gestor', comentou ao blog quem acompanhou as tratativas.

Outro episódio que causou estranhamento foi o estudo do Dieese pedido pelo próprio Sinte para subsidiar suas demandas sobre o governo.

O estudo acabou apontando que a gestão estadual poderia ceder mais do que demonstrava. O documento do Dieese acabou não tendo destaque.

O Sinte informou em seu site que haveria uma explanação do conteúdo dele em uma assembleia, mas não deu publicidade ao teor do documento em seus canais, como fez contra o prefeito Álvaro Dias em 2021.

O grande derrotado da greve que terminou nessa quarta-feira (12) só não são os professores porque esses conseguiram avançar em suas demandas.

A direção do Sinte com certeza é a grande derrotada.

Fonte: Blog do Dina


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