segunda-feira, 4 de abril de 2022

SITUAÇÃO GOVERNISTA SE BENEFICIA COM AS MUDANÇAS PARTIDÁRIAS

Janela partidária beneficia Bolsonaro e antecipa redução de partidos no congresso

A janela mostra o efeito da reforma política na disputa eleitoral, beneficia a campanha do atual presidente pela reeleição e aponta um Congresso com menor número de partidos, o que vai ajudar na governabilidade do próximo presidente da República, sendo um novo, ou do atual, sendo reeleito. O ambiente de crise política estará mais controlado", afirmou o analista do Diap Neuriberg Dias.

As trocas partidárias até essa sexta-feira (1), último dia da janela para os deputados migrarem de legenda sem perder o mandato, beneficiaram a base aliada do governo do presidente Jair Bolsonaro na Câmara e anteciparam um cenário de redução do número de partidos no Congresso Nacional, de acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), ao qual o Broadcast Político teve acesso.

O PL, partido de Bolsonaro, aumentou de 33 deputados eleitos em 2018 para 69 parlamentares na Câmara, se tornando o maior partido da Casa.

Republicanos (de 30 para 44) e PP (de 38 para 49), também da base governista, foram os outros dois que mais cresceram. Após a fusão entre DEM e PSL, o União Brasil ficou como o terceiro maior partido da Casa, mas perdeu 29 integrantes na comparação com a bancada eleita pelas duas legendas e ficou com 52 membros.

O ranking dos maiores partidos na Câmara ficou desta forma: PL (69), PT (53), União (52), PP (49), Republicanos (44) e PSD (41).

Em seguida vêm MDB (33), PSDB (30), PSB (28) e PDT (22).

Os números ainda podem mudar porque os deputados tinham a possibilidade de migrar até o fim do dia dessa sexta, com as informações sendo atualizadas no sistema da Câmara até o início da próxima semana.

As fusões e as trocas partidárias reduziram o número de partidos de 30 para 23 na Câmara e de 22 para 13 no Senado. Para o Diap, o cenário antecipa uma redução ainda maior no número de legendas nas próximas eleições.

O grupo calcula que a Câmara ficará com aproximadamente 20 partidos e o Senado, que passará pela eleição de um terço dos integrantes, permanecerá com 13 no início da próxima legislatura.

No Senado, MDB (de 11 para 16), PSD (de 7 para 11) e Podemos (de 5 para 9) foram as legendas que mais aumentaram de tamanho em comparação às bancadas eleitas em 2014 e 2018.

Diferente dos deputados, os senadores podem mudar de partido a qualquer momento sem perder o cargo, mas as composições eleitorais deste ano motivaram as trocas na Casa.

“A janela mostra o efeito da reforma política na disputa eleitoral, beneficia a campanha do atual presidente pela reeleição e aponta um Congresso com menor número de partidos, o que vai ajudar na governabilidade do próximo presidente da República, sendo um novo, ou do atual, sendo reeleito. O ambiente de crise política estará mais controlado”, afirmou o analista do Diap Neuriberg Dias.

Ele pondera que, mesmo oferecendo um ambiente melhor, os caciques do Congresso não abrirão mão do controle sobre verbas federais.

Fonte: Jornal do Brasil


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