sexta-feira, 11 de junho de 2021

MÁSCARAS CONTINUAM SENDO UMA PROTEÇÃO PROVIDENCIAL CONTRA CONTAMINAÇÃO DA COVID-19

Por que máscaras são necessárias mesmo para vacinados e pessoas que já foram infectadas?

O uso de máscaras pela população continua sendo necessário mesmo para aqueles que já foram vacinados contra a covid-19 e para quem se recuperou da doença. Essa necessidade já foi provada cientificamente e é defendida por especialistas, que destacam o risco imposto pela alta transmissão da doença no País e avaliam a nova oposição do presidente Jair Bolsonaro à proteção facial como "próxima de criminosa" e uma "conspiração".

Nesta quinta-feira, 10, Bolsonaro afirmou ter solicitado um parecer ao Ministério da Saúde para que desobrigasse o uso de máscaras a todos os brasileiros que já estejam vacinados ou tenham contraído o vírus. "É uma posição próxima de criminosa. Quem já teve a doença, está provado, pode ter a doença novamente. O tipo de imunidade conferida por ter a doença não é a mesma obtida pela vacina", afirma o sanitarista Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP. "O que o presidente está propondo é uma conspiração contra todas as medidas sanitárias que estamos conseguindo adotar."

"No cenário que a gente tem no Brasil, com a transmissão descontrolada, leitos de UTI lotados, iminência de uma terceira onda e porcentagem muito baixa de pessoas vacinadas, é fundamental que a gente reforce e redobre a atenção nas máscaras fornecendo itens de melhor qualidade", diz Vitor Mori, membro do Observatório Covid-19 BR. Ele avalia que o uso da proteção facial foi tratado no Brasil como uma questão secundária e sem a devida atenção desde o início da pandemia.

O pesquisador reitera que não é porque alguém está vacinado que tem o passe livre. "É claro que a vacina funciona, a vacina é uma ferramenta importante, mas ela depende de ter muita gente vacinada para controlar a transmissão", destaca Mori. "Se todos se vacinarem, o efeito protege a todos. Então, temos que buscar a vacinação em massa, inclusive para aqueles que já tiveram a doença. E rezar para que não apareça uma nova variante, que seja resistente a todas as que já existem no mercado", complementa Vecina.


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