quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

O QUE SAI DAS ELEIÇÕES DE 2020


Uma leitura das eleições 2020

O Brasil foi mais uma vez às urnas e mostrou compromisso com a ordem democrática. É verdade que a abstenção foi a mais alta das últimas décadas, superando em algumas capitais os votos dos vencedores, algo como 45%. Mas esse crescimento da pandemia dá medo. E milhões de eleitores, principalmente idosos, deixaram de lado seu direito ao voto. Felizmente, a polarização entre os extremos do arco ideológico não ganhou intensidade. Não se viram grupos brigando nas ruas. O eleitorado, regra geral, contemplou os perfis que encarnam avanços e boa gestão. Alguns fenômenos merecem destaque.

O centro político

O eleitorado, em sua maioria, demonstrou preferir o centro da política, evitando escolher, com exceção de um ou outro caso, os perfis radicais. Não me refiro propriamente ao Centrão, que tem o PP como principal eixo, mas ao centro partidário, que reúne PSDB, MDB, PSD e DEM. Esses partidos somaram mais de 50 milhões de votos, força considerável. Claro, o PP do Centrão também foi bem contemplado. Está comprometido com Bolsonaro.

Frente ampla

É razoável projetar uma ampla frente dos grandes e médios partidos com vistas a 2022, integrando as forças de oposição ao governo bolsonarista. Essa frente cobriria os espaços de centro-direita e centro-esquerda, razão pela qual é possível a agregação de partidos como o PSB e o PDT. Mas estes dois poderão também se inclinar em direção à esquerda, juntando-se ao PSOL e ao PT.


Nenhum comentário:

Postar um comentário