OS POETAS BISSEXTOS
Bissexto virou adjetivo para nomear os poetas que fazem poesia só de vez em quando, ou melhor, “aquele em cuja vida o poema acontece como o dia 29 de fevereiro do ano civil”, conforme definiu Manuel Bandeira.
O termo ganhou notoriedade a partir da obra de Bandeira, Antologia dos poetas brasileiros bissextos contemporâneos, de 1946. O escritor compilou, no livro, poemas de poetas bissextos como Aurélio Buarque de Holanda, Pedro Nava e Afonso Arinos de Melo Franco.
Este último foi agraciado pelo discurso de Bandeira quando assumiu a cadeira de número 25 na ABL - Academia Brasileira de Letras em 1958.
Afonsinho, como foi chamado carinhosamente por Bandeira no discurso, foi jurista, político, historiador, destacou-se pela autoria da lei Afonso Arinos contra a discriminação racial e, inevitavelmente, foi um poeta bissexto.
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