BASE DO GOVERNO ADMITE PERDA DE BPC E APOSENTADORIA RURAL NA REFORMA
Lideranças do governo Bolsonaro no Congresso Nacional dão como certo que dois pontos da reforma da Previdência – as mudanças na aposentadoria rural e no Benefício de Prestação Continuada (BPC), que atende idosos em situação miserável – não serão aprovados.
A convicção se cristalizou após líderes de 13 partidos - PR, SD, PPS, DEM, MDB, PRB, PSD, PTB, PP, PSDB, Patriotas, Pros e Podemos - assinarem um manifesto em que se declaram a favor da reforma, mas afirmam que vão barrar as propostas da equipe do ministro Paulo Guedes para o BPC e a aposentadoria rural.
"Não foi nenhuma surpresa. Isso sofria resistência aqui na Casa desde o início", avalia a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP). A deputada afirma, no entanto, que a retirada destes dois pontos não compromete o objetivo de buscar "o trilhão do Guedes" (economia de aproximadamente R$ 1,1 trilhão nos próximos 10 anos que o ministro quer garantir com a reforma). "[A perda] está dentro da margem de erro", afirma Joice.
Segundo o manifesto dos partidos, a proposta do governo "trata de forma igual os desiguais e penaliza quem mais precisa". Os deputados também afirmam, no comunicado, que "não permitirão a desconstitucionalização generalizada": combaterão as propostas de Guedes que retiram diretrizes do sistema previdenciário da Constituição e as transferem para as leis.
Líderes partidários avaliam que a ideia do governo de incluir estas mudanças na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi um erro do governo, porque a resistência era previsível. Os congressistas criticam também o fato de que o ministério da Economia ainda não abriu os números da reforma: os deputados não sabem quanto o governo pretende economizar especificamente com cada mudança prevista no texto.
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