quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

TOMA LÁ DÁ CÁ, APRIMORADO

Resultado de imagem para banco de talentos do serviço público federal

GOVERNO ACELERA PUBLICAÇÃO DE DECRETO SOBRE “banco de talentos” PARA ATENDER ALIADOS COM NOMEAÇÕES

O governo Bolsonaro estuda editar, ainda nesta semana, o decreto do "banco de talentos" em que definirá regras para a indicação a cargos a partir do segundo escalão. A ideia é que, com as normas em vigor, conhecidas publicamente, os nomes sugeridos por aliados já possam começar a ser analisados pelas áreas técnicas.

"Estamos estudando editar o decreto ainda esta semana, antes do Carnaval. Faltam apenas alguns detalhes", afirmou o secretário especial para Câmara dos Deputados na Casa Civil, o ex-deputado capixaba Carlos Manato.

Em reunião com líderes da base aliada na noite dessa terça-feira (26), o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS) deixou claro, conforme relatos de vários presentes ao encontro, que o Palácio do Planalto tem a intenção de acelerar as nomeações dos afilhados políticos dos aliados do governo.

A reunião foi convocada para tratar da reforma da Previdência. Não havia, porém, nenhum integrante da equipe econômica. "Foi basicamente um encontro político, para falar de cargos, emendas, onde o presidente pediu que não deixássemos de apoiar a proposta e batalhar por ela", afirmou ao Congresso em Foco um líder de da base bolsonarista.

Segundo Manato, o decreto do "banco de talentos" tem a intenção de regular as indicações a cargos, de forma a acabar com o famoso "toma lá, dá cá". Entre os critérios que devem estar no texto, está a exigência de formação educacional adequada, "ficha limpa" e comprovação de conhecimento na área.

Já existe um decreto semelhante em vigor, porém menos abrangente, editado pelo ex-presidente Michel Temer, que exige apenas conhecimento na área a ser indicada. Outra diferença é que os ministros das respectivas pastas por onde as indicações passarão a ser obrigados a analisar os nomes para que eles sejam formalizados.

Mas tem líder partidário que considera a medida "conversa mole". "Tem muita gente que tem talento até para roubar. Acha que um político sério vai indicar alguém corrupto pra manchar a imagem do padrinho? Se eu sou da base, contra essa política do 'toma lá, da cá', vou indicar uma pessoa séria", afirmou o líder do Podemos, José Nelto (GO).

O líder do DEM, Elmar Nascimento (BA), discorda de Nelto, mas acredita que ainda é necessário avaliar como será o "entrosamento". "Eles não têm condições de avaliar nomes no Brasil inteiro e estarão abertos a indicações de aliados, desde que haja qualificação. Não há nenhum problema nisso".


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