Bolsonaro deverá herdar mais de 50 concessões e privatizações de Temer
Somados, os projetos podem resultar em investimentos de R$ 133 bi, segundo atual governo
O presidente eleito Jair Bolsonaro deverá herdar pelo menos 57 projetos da atual gestão do PPI (Programa de Parceria de Investimentos). São concessões, privatizações e renovações de contrato que já foram estruturadas, analisadas pelo Tribunal de Contas da União e cujos editais já foram redigidos.
Outros 31 estão estruturados, mas sem todas as etapas preparatórias concluídas. A estimativa do governo atual é que, somados, resultem em investimentos de R$ 133 bilhões. O setor de portos é o que concentra mais iniciativas, com 22.
Ainda neste ano, deverão ser lançados editais de lotes de transmissão de energia, mineração e terminais portuários. Concessões ligadas à área de transportes têm mais chances de sucesso, até por carregarem um maior aprendizado de experiências anteriores, segundo Fernando Vernalha, sócio do VG&P Advogados.
“Em compensação, há situações mais sensíveis, como as de privatização. Um exemplo clássico é a Eletrobrás, mas também há casos como o dos Correios ou da Casa da Moeda.” Apesar da expectativa positiva da iniciativa privada com a lista de projetos, é preciso saber qual equipe do novo governo ficará encarregada de trabalhá-la, segundo Sandro Cabral, professor do Insper.
“Embora haja pessoal técnico muito competente no PPI, é preciso ter articulação política. Sem uma clareza [sobre como será a condução no Congresso], os investidores estrangeiros vão refrear.”
Investimentos previstos de projetos em andamento - Em R$ bilhões
Ferrovias - 55,39
Rodovias - 51,44
Energia - 17,30
Portos - 3,60
Aeroportos - 3,53
Defesa - 1,40
Fazenda - 0,35
Mineração - 0,05
Óleo e gás: A definir
Agricultura: A definir
Fonte: PPI
Maria Cristina Frias - FOLHA
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